Publicado 04/11/2025 13:19

Pesquisadores descobrem que as fezes dos lobos ibéricos têm traços genéticos que revelam sua dieta

Archivo - Arquivo - (Foto ARQUIVO) Vários lobos ibéricos no Centro do Lobo Ibérico na cidade de Robledo de Sanabria, no coração da Sierra de la Culebra (a maior concentração desse canídeo no sul da Europa). O Centro abriga 11 lobos ibéricos.
Europa Press - Arquivo

MADRID, 4 nov. (EUROPA PRESS) -

Uma equipe de pesquisadores da Universidade do País Basco e da Universidade Autônoma de Madri (UAM) analisou os restos genéticos das fezes dos lobos ibéricos ('canis lopus') - sem a necessidade de capturá-los - o que permitiu decifrar a dieta desse carnívoro. As conclusões de seu estudo foram publicadas na revista "Scientific Reports".

Os autores afirmam que esses resultados abrem novos caminhos para a conservação de grandes carnívoros e para a gestão de conflitos com o gado, conforme detalhado em um comunicado.

Os lobos ibéricos deixam rastros invisíveis de DNA do que comem em suas fezes. Usando a técnica de "DNA metabarcoding", os especialistas extraíram e sequenciaram esses fragmentos e os compararam com bancos de dados para identificar as espécies às quais esses restos pertencem, pois cada um deles tem um "código de barras" exclusivo e pode ser identificado mesmo quando não há restos visíveis de pelos, ossos ou penas.

Para chegar a essas conclusões, a equipe elaborou um experimento no Parque Sendaviva (Navarra). Durante 42 dias, os lobos foram alimentados com seis dietas diferentes, compostas por diferentes misturas de nove espécies de vertebrados (veado, javali, coelho, frango etc.) em proporções variadas, o que possibilitou a identificação da dieta nos últimos 1,5 a 1,8 dias.

O pesquisador da UAM e coautor do estudo, Pablo Acebes, considera que essa descoberta "é um avanço crucial para a gestão de sua conservação na Península Ibérica e, ao mesmo tempo, para avaliar com maior precisão os impactos sobre a pecuária extensiva e projetar estratégias de coexistência mais eficazes".

Assim, essa técnica poderia ajudar a avaliar a disponibilidade de presas naturais e reduzir os conflitos com o gado, além de reconstruir teias alimentares e facilitar estudos sobre animais de difícil observação, como ursos, linces e grandes felinos.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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