MADRID 3 nov. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Politécnica de Madri (UPM) participou de uma pesquisa que permitiu o desenvolvimento de uma tecnologia inovadora que aumenta a capacidade da rede para condução remota, ou seja, veículos sem motorista que são conduzidos remotamente.
Especificamente, trata-se de um modelo inovador de "fatiamento de rede" ou "rede segmentada", uma arquitetura de rede que permite que a rede seja dividida em pequenas redes virtuais para um uso específico.
A direção remota exige uma alta capacidade de rede para funcionar adequadamente, pois as imagens fornecidas pelo veículo viajam pela Internet até o "motorista" que o controla remotamente. Portanto, aumentar a capacidade da rede para suportar essa demanda é fundamental para que a direção remota seja uma boa alternativa no futuro.
"Nossa pesquisa teve como objetivo projetar e validar um modelo inovador de 'fatiamento de rede' para melhorar o uso da largura de banda na rede dos provedores de telecomunicações", explicou Carlos M. Lentisco, pesquisador do grupo GIROS da Escola de Engenharia de Telecomunicações da UPM e um dos coautores desse trabalho.
Essa tecnologia inovadora, assim chamada porque visa a "dividir a rede em fatias separadas", permite que os provedores de telecomunicações compartilhem sua infraestrutura de rede entre vários serviços personalizados com requisitos específicos de comunicação em termos de atraso, largura de banda ou confiabilidade, explicou a UPM em um comunicado.
"O modelo que propomos, denominado Hierarchically Controlled Transport Network Slicing (HCTNS), não só melhora a eficiência da largura de banda, mas também gerencia as explosões de tráfego de forma controlada, garantindo que todos os fluxos atendam aos requisitos de qualidade de serviço estabelecidos", disseram os pesquisadores.
"Com essa proposta, buscamos contribuir para o desenvolvimento de serviços disruptivos, como a direção remota, garantindo os níveis de qualidade necessários para sua implantação comercial", acrescentam.
RESULTADOS PROMISSORES
Nesse sentido, eles destacam que os resultados obtidos durante a pesquisa são muito promissores. "Experimentos realizados em uma plataforma que combina elementos de rede virtual e física mostraram que o modelo proposto supera os modelos padronizados e também uma solução que é considerada referência em seu campo. Em termos de eficiência de utilização de largura de banda, controle de explosão de tráfego e latência, o HCTNS apresentou desempenho superior", afirmaram.
"Nosso trabalho demonstra que os recursos avançados do modelo HCTNS no gerenciamento de tráfego e no controle de recursos o posicionam como uma solução fundamental a ser integrada também na definição futura de redes 6G", explicaram.
Para os pesquisadores, a importância desse trabalho está no fato de que a pesquisa proposta tem grande potencial de aplicação em várias áreas das redes de telecomunicações, especialmente em serviços inovadores que têm alta demanda de recursos, como direção remota, telepresença ou serviços de telemedicina que exigem comunicações críticas.
"Ao melhorar o gerenciamento de tráfego e o controle de recursos em redes 5G e futuras redes 6G, esse modelo pode garantir a conformidade com os rigorosos requisitos de qualidade de serviço (QoS) necessários para esses serviços", concluíram.
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