Publicado 14/04/2025 06:32

Pesquisadores conseguem anular uma proteína presente nas células para melhorar a quimioterapia do câncer pancreático

Pesquisadores conseguiram anular uma proteína presente nas células para melhorar a quimioterapia do câncer de pâncreas.
HOSPITAL UNIVERSITARIO 12 DE OCTUBRE

MADRID 14 abr. (EUROPA PRESS) -

Um grupo de pesquisadores do Hospital 12 de Octubre e da Universidad Francisco de Vitoria conseguiu anular a função da proteína ELOVL6, que está presente na membrana plasmática das células, tornando possível afinar a membrana da célula tumoral do câncer de pâncreas, tornando-a mais permeável e permitindo que a quimioterapia penetre de forma muito mais eficaz.

Essa descoberta é um dos avanços "mais promissores" dos últimos anos nesse tipo de tumor, especialmente considerando que "avanços significativos" mal foram feitos na última década e que a sobrevivência não ultrapassa 12%, principalmente devido ao diagnóstico tardio e à alta resistência à quimioterapia.

"A enzima ELOVL6 é responsável pelo alongamento das cadeias de ácidos graxos presentes, entre outros, nas membranas plasmáticas das células. Sua inibição ou silenciamento, tanto por métodos químicos quanto genéticos, altera as propriedades físico-químicas da membrana celular, tornando-a menos rígida e mais permeável", explicou o chefe do Grupo de Oncologia Molecular da Universidade e Hospital Francisco de Vitoria 12 de Octubre (UFV-H12O) e principal pesquisador do estudo, Víctor Sánchez-Arévalo.

Como resultado dessa ação, a quimioterapia atravessa a membrana "mais facilmente", o que "aumenta" sua ação e reduz sua ação sobre as células saudáveis, o que também reduz os efeitos colaterais.

Durante a pesquisa, publicada na revista "Nature Communications", observou-se que a expressão da proteína ELOVL6 é regulada pelo oncogene c-MYC e que, como o c-MYC "geralmente está alterado e superexpresso" no câncer de pâncreas, isso implica que também há altos níveis de ELOVL6.

"Assim, quando aplicamos um inibidor de ELOVL6, afetamos principalmente as células tumorais sem comprometer significativamente as células saudáveis. Nessas células, com níveis normais de expressão de c-MYC, a membrana mantém sua estrutura e é mais resistente à quimioterapia", acrescentou.

Sánchez-Arévalo destacou que esse efeito é observado principalmente com quimioterápicos que usam nanopartículas para carregar os medicamentos contra as células tumorais, como o paclitaxel, usado no tratamento do câncer de pâncreas, de modo que é "possível" obter o mesmo efeito sobre as células cancerosas com uma dose menor de quimioterapia, reduzindo também sua toxicidade.

O estudo foi realizado em linhagens celulares e modelos animais, especificamente em camundongos, onde os resultados foram "muito promissores", conseguindo eliminar o tumor e sem observar recidiva, já que o tratamento potencializa a ação da quimioterapia e impede a migração das células tumorais; o próximo passo dos cientistas será testar essa estratégia em modelos pré-clínicos avançados, como avatares de tumores derivados de pacientes, e otimizar o inibidor químico para desenvolver uma versão mais específica que possa ser usada em testes clínicos com pacientes.

"Portanto, há uma necessidade urgente de aprofundar a compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes a esse tumor para desenvolver opções terapêuticas mais eficazes. Essa descoberta é uma das mais promissoras dos últimos anos, e esperamos avançar nas pesquisas para validá-la em ensaios clínicos", concluiu o pesquisador.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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