MADRID 14 jul. (EUROPA PRESS) -
A reativação do citomegalovírus após um transplante de fígado pode estar associada a uma menor recorrência do carcinoma hepatocelular, o tipo mais comum de câncer de fígado, de acordo com um estudo publicado na revista Transplant International, conduzido por uma equipe de pesquisa da área de Doenças Hepáticas e Digestivas (CIBEREHD) do IIS La Fe, em Valência, e do Hospital Universitário Reina Sofia, em Córdoba, em colaboração com 15 centros de transplante em toda a Espanha.
A equipe analisou dados de 771 pacientes transplantados por carcinoma hepatocelular entre 2010 e 2015. Dos pacientes, 30,5% apresentaram reativação do vírus em uma média de 41,5 dias após o transplante e, em um acompanhamento de 7,4 anos, 13% sofreram uma recidiva do tumor. A análise estatística revelou que aqueles que sofreram reativação do citomegalovírus tiveram um risco significativamente menor de recorrência do câncer.
"Embora as razões exatas desse efeito protetor ainda não sejam conhecidas, uma hipótese é que o sistema imunológico, quando ativado contra o vírus, também pode ajudar a desacelerar o crescimento das células tumorais", explicam os pesquisadores.
O citomegalovírus é um vírus muito comum, pertencente à família dos herpesvírus, que geralmente permanece latente no corpo após uma primeira infecção. Em pessoas saudáveis, ele raramente causa sintomas, mas pode ser reativado em pacientes imunocomprometidos, como os receptores de transplantes.
Embora essa reativação seja geralmente considerada um evento adverso, associado à infecção, rejeição do enxerto e outras complicações, esse novo estudo sugere que ela pode ter um efeito benéfico sobre a progressão do câncer de fígado.
Essa descoberta abre novas linhas de pesquisa para entender melhor a interação entre infecções virais, o sistema imunológico e o câncer. "A médio e longo prazo, isso poderia levar ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas baseadas na estimulação da imunidade antiviral para evitar a recidiva do tumor em receptores de transplante", conclui a equipe de pesquisa.
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