Publicado 07/03/2025 15:14

Pesquisa revela que o tamanho da pupila flutua constantemente durante o sono

Archivo - Arquivo - Olho humano com lente turva, pupila branca, catarata macro
ZARINA LUKASH/ ISTOCK - Archivo

MADRID 7 mar. (EUROPA PRESS) -

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique (Suíça), observou que o tamanho da pupila flutua constantemente durante o sono, o que significa que ela pode aumentar ou diminuir de tamanho, com mudanças que ocorrem em questão de segundos ou durante vários minutos.

"Essa dinâmica reflete o estado de excitação ou o nível de ativação cerebral nas regiões responsáveis pela regulação do sono-vigília. Essas observações contradizem a suposição anterior de que o nível de excitação durante o sono é essencialmente baixo", disse Caroline Lustenberger, pesquisadora do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (EHT).

Em vez disso, essas flutuações no tamanho da pupila mostram que, mesmo durante o sono, o cérebro está constantemente alternando entre níveis de excitação mais altos e mais baixos. Essas novas descobertas, publicadas na "Nature Communications", também confirmam para os seres humanos o que outros grupos de pesquisa descobriram recentemente em estudos com roedores, que também mostram flutuações lentas na excitação.

NOVO MÉTODO PARA UM ANTIGO MISTÉRIO

As regiões do cérebro que controlam a excitação estão localizadas profundamente no tronco cerebral, o que dificultava até agora a medição direta desses processos em humanos durante o sono. Os métodos existentes são tecnicamente exigentes e ainda não foram estabelecidos nesse contexto.

É por isso que o estudo dos pesquisadores da ETH se baseia na medição das pupilas. Sabe-se que as pupilas indicam o nível de excitação quando uma pessoa está acordada. Portanto, elas podem ser usadas como marcadores de atividade em regiões mais profundas do cérebro.

Os pesquisadores da ETH desenvolveram um novo método para examinar as alterações nas pupilas das pessoas enquanto elas dormem: usando uma técnica adesiva especial e uma fita adesiva transparente, eles conseguiram manter os olhos das cobaias abertos por várias horas.

"Nossa principal preocupação era que as cobaias não conseguissem dormir com os olhos abertos. Mas em um quarto escuro, a maioria das pessoas esquece que seus olhos estão abertos e consegue dormir", explicou o autor principal do estudo, Manuel Carro, que desenvolveu a técnica.

A análise dos dados mostrou que a dinâmica da pupila está relacionada não apenas a diferentes fases do sono, mas também a padrões específicos de atividade cerebral, como os fusos do sono e as ondas pronunciadas do sono profundo, ondas cerebrais importantes para a consolidação da memória e a estabilidade do sono.

Os pesquisadores também descobriram que o cérebro reage a sons com diferentes graus de intensidade, dependendo do nível de ativação, que se reflete no tamanho da pupila.

Um regulador central do nível de excitação é uma pequena região do tronco cerebral, conhecida como "locus coeruleus". Em animais, os cientistas conseguiram demonstrar que ela é importante para a regulação das fases de sono e vigília. Nesse estudo, os pesquisadores da ETH não conseguiram demonstrar se o locus coeruleus é diretamente responsável pelas alterações nas pupilas. "Simplesmente observamos alterações nas pupilas relacionadas ao nível de ativação cerebral e à atividade cardíaca", disse Lustenberger.

Em um estudo de acompanhamento, os pesquisadores tentarão influenciar a atividade do locus coeruleus com medicamentos, a fim de investigar como isso afeta a dinâmica da pupila. Eles esperam descobrir se essa região do cérebro é realmente responsável pelo controle da pupila durante o sono e como as alterações no nível de ativação afetam o sono e suas funções.

Usando a dinâmica da pupila para diagnosticar doenças A compreensão da dinâmica da pupila durante o sono também pode fornecer dados importantes para o diagnóstico e o tratamento de doenças do sono.

USANDO A DINÂMICA DA PUPILA PARA DIAGNOSTICAR DOENÇAS

A compreensão da dinâmica da pupila durante o sono também pode fornecer dados importantes para o diagnóstico e o tratamento de distúrbios do sono e outras doenças. Portanto, os pesquisadores querem descobrir se as alterações da pupila durante o sono podem indicar disfunções do sistema de excitação. Isso inclui distúrbios como insônia, transtorno de estresse pós-traumático e possivelmente a doença de Alzheimer.

Outro objetivo é que a tecnologia possa ser usada fora dos laboratórios do sono, por exemplo, em hospitais, onde poderia ajudar a monitorar a vigília em pacientes em coma ou diagnosticar distúrbios do sono com mais precisão. Assim, a pupila como uma janela para o cérebro pode abrir caminho para novas oportunidades na medicina do sono e na neurociência.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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