Publicado 06/06/2025 12:47

Peixes que mudam de sexo correm para afirmar seu domínio

Uma fêmea do peixe spotted/paketi (uma espécie endêmica de labrid) no Gemmell Laboratory da Universidade de Otago.
GEMMELL LAB

MADRID 6 jun. (EUROPA PRESS) -

Uma espécie de peixe da Nova Zelândia que pode mudar de fêmea para macho durante a idade adulta passa por uma mudança repentina na hierarquia social durante o processo.

Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Otago, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, que examinou o peixe malhado da Nova Zelândia, ou paketi. Descobriu-se que o processo de mudança de sexo começa quase imediatamente quando um peixe pintado dominante é removido do grupo.

A autora principal, Haylee Quertermous, candidata a doutorado no Departamento de Anatomia, afirma que, embora todo o processo de mudança de sexo leve semanas, são necessários apenas alguns minutos para que um peixe de segundo escalão aproveite o vácuo de poder e imponha comportamentos dominantes.

"Os comportamentos agressivos (chamados de 'lunges') envolviam o peixe dominante nadando rapidamente em direção aos indivíduos subordinados", explica ela em um comunicado.

Às vezes, o peixe dominante fazia contato físico com os subordinados, inclusive mordendo-os, geralmente ao redor da cauda e das nadadeiras. Esses comportamentos agressivos são frequentemente acompanhados pela fuga rápida do subordinado.

Embora ele esperasse observar mudanças comportamentais dentro de uma hora após a remoção do peixe dominante, ele ficou surpreso com a rapidez da mudança.

Em muitos aquários, os peixes do segundo lugar aumentavam sua agressividade poucos minutos após a remoção do peixe dominante.

Ele adverte que o comportamento dominante que acompanha a mudança de sexo de fêmea para macho no peixe-pintado não indica uma mudança de comportamento tipicamente de fêmea para macho, pois outras espécies de peixes que mudam de sexo, como o peixe-palhaço, por exemplo, mudam de macho para fêmea mais dominante.

Os pesquisadores observaram que os peixes pintados formam hierarquias de dominância lineares com base no tamanho, com indivíduos maiores dominando os menores.

Eles procuraram determinar quais peixes na hierarquia tinham maior probabilidade de trocar de sexo quando surgisse a oportunidade. Os resultados mostram que os peixes dominantes maiores têm maior probabilidade de trocar de sexo e, quando as hierarquias sociais são alteradas, os peixes menos dominantes podem modificar rapidamente seu comportamento para aproveitar as novas oportunidades.

O estudo também se aprofundou nos mecanismos neurais subjacentes às interações sociais dos peixes pintados, descobrindo que a rede de tomada de decisões sociais no cérebro dos peixes está fortemente envolvida no estabelecimento da dominância.

Os peixes que alcançaram posições dominantes apresentaram diferenças significativas nessa rede em comparação com os peixes de todas as outras categorias.

O Dr. Kaj Kamstra, que liderou os aspectos neurobiológicos da pesquisa, diz que as descobertas fornecem informações valiosas sobre a complexa interação entre o comportamento social e os processos neurais nesses peixes.

Eles também destacam a importância do contexto social na formação do comportamento individual, lançando luz sobre a evolução do comportamento social e a flexibilidade dos mecanismos cerebrais para se adaptar às mudanças nos ambientes sociais.

A pesquisa tem implicações mais amplas para a compreensão da dinâmica social em outras espécies, incluindo os seres humanos.

As descobertas podem ser aplicadas a outras espécies de peixes que mudam de sexo, em que a dominância social parece ser o gatilho mais comum para a mudança de sexo, e podem ser benéficas para a aquicultura e a pesca em águas abertas, já que muitas pescarias comercialmente valiosas dependem de peixes que mudam de sexo, por exemplo, o bacalhau azul da Nova Zelândia.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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