Publicado 16/12/2025 12:49

A pegada digital começa muito cedo: 81% dos bebês estão on-line antes dos 6 meses de idade.

Mãe tirando uma foto de seu filho com seu telefone celular
FREEPIK

MADRI 16 dez. (Portaltic/EP) -

A prática de os pais compartilharem tudo sobre a vida de seus filhos nas redes sociais tem seu próprio nome: 'sharenting' e, embora não seja nova, seu impacto na vida das crianças é profundo, a ponto de a pegada digital começar praticamente desde o nascimento, com 81% dos bebês já presentes na Internet antes dos seis meses de idade.

O compartilhamento é agora uma prática generalizada. Estudos europeus, como o EU Kids Online, confirmam que aproximadamente 89% das famílias publicam conteúdo sobre seus filhos sem pedir seu consentimento ou sem estar totalmente ciente das implicações legais, psicológicas e de segurança associadas.

A situação é particularmente preocupante quando imagens de crianças são usadas para fins comerciais, como é o caso dos perfis de criadores de conteúdo que monetizam a presença digital de crianças.

De acordo com uma análise da Universitat Oberta de Catalunya (UOC), aproximadamente 81% dos bebês estão on-line antes dos seis meses de idade, o que mostra que a pegada digital começa muito cedo.

Além disso, relatórios oficiais indicam que cerca de 72% do material apreendido em operações policiais contra crimes de abuso e exploração infantil são provenientes de imagens originalmente compartilhadas em contextos familiares, muitas delas sem intenção sexual.

"Esses dados demonstram a urgência de se ter uma estrutura legal que reconheça as crianças como sujeitos plenos de direitos digitais. É essencial que elas possam decidir, na medida de seu desenvolvimento, sobre sua presença na Internet e que as famílias entendam os riscos da superexposição desde os primeiros meses de vida", disse a coordenadora do projeto 'Crescendo em um mundo de telas' da Somos Conexión, Idoia Miranda, em um comunicado à imprensa.

De acordo com dados do Ministério da Juventude e da Infância, a superexposição precoce à Internet pode ter efeitos significativos sobre o bem-estar emocional das crianças, incluindo ansiedade, estresse e perda de controle sobre sua própria identidade digital.

O Ministério anunciou recentemente sua intenção de regulamentar a exposição de crianças nas redes sociais por seus pais, com uma regulamentação que "se concentrará na responsabilidade das plataformas digitais", de acordo com a ministra Sira Rego, que também enfatizou a necessidade de diferenciar "entre conteúdo compartilhado por membros da família e conteúdo compartilhado para fins econômicos".

Somos Conexión argumenta que, além de estabelecer limites legais, a regulamentação deve ser acompanhada de programas públicos de alfabetização digital voltados para as famílias, para que elas entendam os riscos associados à superexposição e aprendam a gerenciar com responsabilidade a presença digital de seus filhos.

"O uso consciente e seguro da tecnologia é uma responsabilidade compartilhada entre as famílias, as instituições públicas e as empresas de tecnologia. Essa é a única maneira de garantir que o desenvolvimento digital seja seguro e respeite os direitos das crianças", acrescentou Miranda.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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