Islamabad afirma que a opção de recorrer a armas nucleares "não está em discussão no momento".
MADRID, 10 maio (EUROPA PRESS) -
O governo paquistanês enfatizou no sábado que interromperá seus ataques contra a Índia caso o país vizinho tome tal medida, em meio a tensões crescentes e uma troca de ataques nos últimos dias que aumentaram os temores de um conflito em grande escala entre as duas potências nucleares.
"A Índia deve parar se tiver algum bom senso. Se eles pararem, nós também pararemos", disse o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Muhamad Ishaq Dar, à Geo TV. "Não queremos destruição e desperdício de recursos", disse ele.
"Queremos paz, em todas as áreas, sem a hegemonia de nenhum país", disse ele, antes de afirmar que seus contatos diplomáticos nas últimas horas "foram muito positivos". "Acho que o caminho para as conversações estará aberto agora", disse ele, sem dar mais detalhes.
Ele também defendeu os ataques do Paquistão contra a Índia no sábado, descritos como uma resposta aos últimos ataques de Nova Délhi em seu território, incluindo bombardeios de várias bases aéreas nas últimas horas, inclusive uma perto da capital, Islamabad, como defensivos.
O ministro das Relações Exteriores lembrou que pelo menos 35 paquistaneses foram mortos por ataques indianos nos últimos dias e ressaltou que a operação "Bunyan-un-Marsus" "não é uma guerra ofensiva". "O Paquistão está respondendo à constante hostilidade indiana. Enquanto falamos de paz, a Índia age na direção oposta", denunciou.
Nessa linha, ele disse que a Índia fez acusações infundadas contra o Paquistão após o ataque perpetrado em abril em Pahalgam, na Caxemira indiana, que resultou em 26 mortes e que levou Nova Délhi a apontar o dedo para Islamabad por sua suposta responsabilidade.
Dar enfatizou que o Paquistão estava demonstrando moderação na situação e disse que os ataques às instalações militares indianas nas últimas horas foram "precisos". "O mundo está observando e entende que estamos agindo em legítima defesa", disse ele.
"Não podemos ficar parados enquanto nossa soberania é violada", argumentou, antes de afirmar que "o ônus agora recai sobre o mundo para fazer com que a Índia entenda que está cometendo um grave erro". "Nossas ações são proporcionais e estão dentro da estrutura de nossos direitos. A vitória será do Paquistão", concluiu.
ISLAMABAD DESCARTA A POSSIBILIDADE DE GUERRA NUCLEAR POR ENQUANTO
O ministro da defesa do Paquistão, Jauaja Asif, disse que a opção de recorrer a armas nucleares "não está sobre a mesa neste momento", embora ele tenha dito que "as opções estão se reduzindo diante da situação que a Índia está criando".
"Eu digo ao mundo que isso não vai se limitar apenas à região. Haverá uma destruição muito mais ampla", disse ele, antes de rejeitar os relatos de que o primeiro-ministro Shehbaz Sharif havia convocado uma reunião da autoridade de monitoramento de armas nucleares no sábado.
Nesse contexto, a Autoridade de Aeroportos do Paquistão anunciou em sua conta no Facebook que o espaço aéreo do país "permanecerá fechado para todos os tipos de voos" até o meio-dia de domingo, devido ao risco de novos ataques do exército indiano.
As tensões entre o Paquistão e a Índia aumentaram muito após o ataque terrorista em Pahalgam mencionado acima. Na sequência, Nova Délhi apontou diretamente Islamabad como responsável e lançou ataques contra o país vizinho, embora as autoridades paquistanesas tenham se distanciado do incidente.
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