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MADRID 11 dez. (EUROPA PRESS) -
A Sociedade Espanhola de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SEORL-CCC) alertou na quinta-feira que a dificuldade de engolir alimentos afeta 20% dos idosos na Espanha, um problema conhecido como disfagia orofaríngea que é "profundamente" subdiagnosticada e está se tornando cada vez mais comum.
Embora a tosse ao comer seja frequentemente interpretada como uma ação reflexa sem importância ou uma simples "distração", os especialistas do SEORL-CCC apontaram que sua repetição frequente pode refletir uma falta de coordenação nos mecanismos que garantem que o alimento avance com segurança em direção ao esôfago.
Essa alteração, que afeta estruturas tão complexas como a boca, a língua, a faringe e a laringe, compromete não apenas a capacidade de se alimentar, mas também a saúde respiratória e a qualidade de vida, podendo levar a pneumonia, desnutrição, engasgos graves e deterioração funcional acelerada.
A porcentagem de pessoas afetadas por algum grau de disfagia aumenta "significativamente" em pacientes com doenças neurológicas, como derrame, doença de Parkinson, esclerose múltipla, ELA ou demência, e em pessoas que passaram por tratamento de câncer ou cirurgia de cabeça e pescoço.
No entanto, os especialistas enfatizaram que ela é subdiagnosticada, justamente porque suas manifestações iniciais podem parecer leves ou esporádicas e, em parte, porque muitos pacientes tendem a escondê-las por "vergonha, medo ou ignorância".
"A disfagia não é um diagnóstico, mas um sintoma com múltiplas causas, que requer uma abordagem especializada e sistemática para evitar a progressão para complicações potencialmente graves", enfatiza o SEORL-CCC.
CONSIDERANDO A FUNÇÃO DE DEGLUTIÇÃO COMO UM MARCADOR DE ENVELHECIMENTO
Como a capacidade de mastigar e engolir com segurança requer a ativação coordenada de músculos, nervos e estruturas respiratórias, a organização pediu que a função de deglutição fosse considerada como um biomarcador do envelhecimento.
Nesse sentido, explicou que sua deterioração pode ser um dos primeiros sinais de fragilidade, mesmo antes do surgimento de outros problemas físicos, de modo que a incorporação de sua avaliação em programas de monitoramento para idosos e em estratégias para a prevenção da dependência permitiria antecipar problemas que "hoje passam despercebidos até estágios avançados".
Entre as causas da disfagia orofaríngea estão as alterações musculares, em que a perda de força ou de coordenação do aparelho de deglutição, muito comum com a idade, aumenta o risco de aspiração; os distúrbios neurológicos, que afetam diretamente os centros cerebrais responsáveis pela sequência da deglutição; e as lesões, cicatrizes ou inflamações na faringe e na laringe resultantes de tumores, radioterapia, cirurgia anterior, trauma ou infecções.
Os especialistas destacam que o conhecimento da origem específica permite a escolha do tratamento mais adequado, que atualmente vai desde a reabilitação fonoaudiológica intensiva, manobras de compensação, adaptação da textura dos alimentos e estimulação neuromuscular, até intervenções cirúrgicas ou dispositivos que melhoram o fechamento da laringe.
SINAIS DE ALERTA
Entre os principais sinais de alerta estão a tosse repetida ao engolir, a sensação persistente de comida presa, a voz úmida após a ingestão, a perda de peso inexplicável, a fadiga durante as refeições, o aumento da necessidade de amassar os alimentos ou de evitar líquidos, bem como infecções respiratórias repetidas.
Seu diagnóstico pode ser feito por meio de exames específicos, como a endoscopia da deglutição ou a videofluoroscopia, que permitem identificar com precisão a fase alterada do processo, e ressaltou que sua detecção precoce pode ser "decisiva" para preservar a autonomia, a segurança e a qualidade de vida.
Por isso, ele convidou as famílias, os cuidadores e os profissionais das áreas de saúde e social e de saúde a estarem "especialmente atentos" às mudanças na forma como os idosos se alimentam, já que, em muitas ocasiões, eles não revelam suas dificuldades até que o problema se torne evidente.
Ele também recomendou o estabelecimento de hábitos simples, como mastigar lentamente e dividir os alimentos em pedaços pequenos, manter uma hidratação adequada para facilitar a mobilidade do bolo alimentar, evitar distrações ou conversas durante a refeição e cuidar meticulosamente da higiene bucal.
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