VALÊNCIA, 25 nov. (EUROPA PRESS) -
A vencedora do Prêmio Jaume I de Novas Tecnologias 2025, María Jesús Vicent Docón, pediu na terça-feira que se faça "um compromisso corajoso com a ciência e o conhecimento" porque "não é um luxo, é uma necessidade" e também afirmou que devemos abordar "os grandes desafios do nosso tempo" a partir de "um diálogo entre disciplinas": "Devemos construir a partir das conexões".
Vicent Docón fez esse pedido em nome dos sete vencedores na 37ª edição da cerimônia de entrega dos Prêmios Jaume I, realizada nesta terça-feira na Lonja de València e presidida pelo Rei da Espanha, Felipe VI.
Os ganhadores deste ano também foram José Luis Mascareñas Cid, na categoria Pesquisa Básica; Jan Eeckhout, em Economia; Nuria López-Bigas, em Pesquisa Biomédica; Victoria Reyes García, em Proteção Ambiental; María Jesús Vicent Docón, em Novas Tecnologias; Damià Tormo Carulla, em Revelação Empresarial; e Silvia de Sanjosé Llongueras, em Pesquisa Clínica e Saúde Pública.
A cerimônia também contou com a presença da Ministra da Ciência, Inovação e Universidades, Diana Morant, e, em nome do Consell, da primeira vice-presidente, Susana Camarero - este ano o presidente em exercício, Carlos Mazón, não compareceu -, além de representantes do mundo institucional e empresarial.
Nesse sentido, destacou que trabalham com o desejo de "transformar a realidade por meio do conhecimento" e "continuar abrindo oportunidades onde outros só veem limites" e, para continuar conseguindo isso, fez um apelo "às novas gerações, ao mundo acadêmico, às empresas, às administrações públicas e à sociedade como um todo: não deixem de apostar no conhecimento".
"Que apoiem os que pesquisam, os que empreendem, os que arriscam por um futuro melhor; que facilitem trajetórias, reduzam barreiras, simplifiquem processos; que confiem e, sobretudo, que escutem, porque aqueles de nós que hoje trabalhamos em laboratórios, universidades, hospitais ou centros de inovação, não só buscamos respostas, mas também sonhamos com um amanhã mais humano, mais justo e mais sábio", disse.
Vicent Docón enfatizou que todos os ganhadores do prêmio "valorizam especialmente o compromisso do júri com a excelência em vários campos, sem distinção de gênero" e destacou que, como disse Jennifer Doudna, ganhadora do Prêmio Nobel de Química, "a ciência não é apenas uma disciplina da razão, mas também do romance e da paixão".
"E é exatamente isso que nós que estamos neste palco hoje compartilhamos: o privilégio de trabalhar com paixão, sabendo que o que descobrimos pode um dia melhorar vidas. Sete áreas. Sete caminhos. Mas com a mesma vontade: transformar a realidade por meio do conhecimento", ressaltou.
Mas ressaltou que a ciência, a saúde, o meio ambiente, a economia e o empreendedorismo "não podem ser abordados separadamente". "Não são caminhos paralelos, mas notas de uma mesma partitura. Somente se soarem em uníssono é que poderemos criar uma sociedade mais justa, mais resiliente e preparada para o futuro", disse ele.
Por esse motivo, ele enfatizou que os grandes desafios do nosso tempo, como "mudanças climáticas, pandemias, desigualdade, transição energética e revolução digital", exigem "uma abordagem integrada e demandam diálogo entre as disciplinas". "Eles exigem que paremos de pensar em compartimentos estanques e comecemos a construir a partir de conexões e exigem, acima de tudo, um compromisso corajoso com a ciência e o conhecimento", disse ele.
Como disse Isaac Newton: "Se eu vi mais longe, é porque estou sentado nos ombros de gigantes", disse o laureado, que enfatizou que eles também assumem "a responsabilidade de apoiar aqueles que ainda estão por vir".
Nesse sentido, ela lembrou as palavras do professor Santiago Grisolía, uma figura importante da ciência valenciana e fundador desses prêmios: "A ciência como transformadora social é o valor supremo. Devemos investir em pesquisa, porque a ciência melhora a vida, cria oportunidades e constrói o futuro".
INVESTIR EM CIÊNCIA, "UMA NECESSIDADE, NÃO UM LUXO".
"Hoje lembramos que investir em ciência, tecnologia, inovação responsável e saúde pública não é um luxo, mas uma necessidade para construir uma sociedade próspera e inclusiva. Precisamos da ciência na fronteira do conhecimento e da tecnologia a serviço do bem comum. Uma economia que não se mede apenas em números, mas em oportunidades reais para as pessoas. Inovação guiada pela ética e pela sustentabilidade", conclamou.
Em um nível pessoal, ele comentou que receber o Prêmio Rei Jaume I para Novas Tecnologias é "uma honra imensa", mas poder representar todos os seus colegas premiados com sua voz é "um privilégio ainda maior" e enfatizou que, no caso de Damià e dele próprio, esse reconhecimento "tem um significado particularmente profundo: nós o recebemos em casa, na Comunidade Valenciana, onde nossas vocações nasceram e cresceram".
A laureada encerrou seu discurso citando Grisolía mais uma vez: "Meu compromisso com a ciência sempre foi o de tentar garantir que a sociedade se beneficie de seus avanços. O conhecimento deve estar a serviço de todos", destacou o professor, uma visão que, segundo ele, também foi compartilhada por Albert Einstein, quando disse: "Onde a vida constrói muros, a inteligência abre uma saída".
"Hoje, mais do que nunca, precisamos de inteligência coletiva, compromisso ético e uma curiosidade ativa para continuar abrindo saídas onde outros só veem limites", observou. Ela destacou que uma frase atribuída ao espírito de Marie Curie, uma pioneira entre os pioneiros, resume bem: "Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido. Agora é a hora de entender mais, de temer menos".
"É exatamente esse o nosso compromisso: entender mais. Servir melhor. Ir mais longe. Temer menos", disse o vencedor do prêmio, que acrescentou: "Não vemos esse reconhecimento como uma meta, mas como um novo ponto de partida. Continuaremos a trabalhar com rigor, entusiasmo e bom senso. Porque sabemos que o futuro não é esperado: ele é criado".
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