Publicado 10/06/2025 10:15

Os portadores da síndrome do óleo tóxico pedem para serem reconhecidos como vítimas de crime na ausência de remédios

Os portadores da síndrome do óleo tóxico pedem para serem reconhecidos como vítimas de crime na ausência de remédios
CONGRESO

Armengol reivindica a memória das vítimas da síndrome do óleo tóxico no 44º aniversário

MADRID, 10 jun. (EUROPA PRESS) -

O porta-voz da Federação Nacional de Vítimas da Síndrome do Óleo Tóxico, Miguel Ángel Sánchez Ávila, solicitou que, assim como outros grupos, eles sejam considerados vítimas de um crime para que recebam proteção total, "para não sobreviverem com suicídios aprovados em 1981 com urgência".

"Estamos denunciando há anos a injustiça desse subsídio para essa parte do coletivo. Nossas sequelas geram uma série de necessidades que devemos atender com cada vez menos recursos econômicos", afirmou ela durante a comemoração do 44º Aniversário das Vítimas da Síndrome do Óleo Tóxico, realizada nesta terça-feira no Congresso.

Por essa razão, e lembrando que "as autoridades públicas têm a obrigação de adotar todas as medidas necessárias para restaurar os direitos na medida do possível", ela pediu aos Ministérios da Inclusão, Seguridade Social, Migração, Direitos Sociais, Assuntos do Consumidor e Saúde que os recebam e os escutem, que ouçam seus "problemas e preocupações" e estudem suas propostas.

"Esperamos que este evento mude a percepção deste grupo, tão castigado pelas instituições e pela sociedade", disse em seu discurso, no qual, além da memória e homenagem a seus entes queridos e outros pacientes falecidos, reivindicou sua luta, que pretende continuar para defender os direitos das vítimas, para as quais lembrou que não há "equidade".

"Viemos prestar homenagem a todos aqueles que perderam a vida, aos que perderam a vida nos últimos 44 anos e aos que, infelizmente, continuam perdendo a vida por causa dessa tragédia", disse ele, pedindo que o dia 10 de junho seja considerado o Dia Nacional da Síndrome Tóxica em reconhecimento às vítimas.

Sem procurar "culpados", ele afirmou que "o mais doloroso é a sensação de ter sido esquecido". Por esse motivo, Miguel Ángel também pediu "revisão, atualização e resposta" às necessidades de saúde dos pacientes por "justiça e responsabilidade social".

"Essa grave tragédia forçou uma grande resposta sanitária, que foi o início da grande mudança na saúde pública espanhola, elevando-a como uma das melhores, e começou a legislar sobre o controle sanitário dos alimentos", disse ele, lembrando que agora, para não perder direitos e agravar suas escolas, eles estão pedindo o reconhecimento de suas necessidades, recursos econômicos necessários para melhorar sua qualidade de vida, bem como o reconhecimento dos cuidadores.

Por esse motivo, ela aproveitou esse aniversário para pedir a criação de um Centro de Referência para a Síndrome Tóxica Afetada (SAT), que garanta assistência médica para todas as vítimas; treinamento contínuo para profissionais de saúde, que conheçam a doença, seu impacto e realizem revisões protocolizadas; promoção e financiamento de pesquisas científicas, com acordos com o Instituto de Saúde Carlos III e outras entidades; e a promoção de conferências médico-científicas sobre a síndrome tóxica.

Além de aproveitar os avanços da genética e da biogenética para melhorar os tratamentos e a qualidade de vida; e a compatibilização da ajuda social, de modo que a ajuda do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) seja compatível com a ajuda por dependência, para o atendimento integral das vítimas e de seus cuidadores.

ARMENGOL PEDE A MANUTENÇÃO DE SUA MEMÓRIA E A MELHORIA DO ATENDIMENTO MÉDICO

A presidente do Congresso, Francina Armengol, que abriu o evento, pediu que a memória das vítimas fosse mantida e que o atendimento médico e especializado fosse melhorado, além de ampliar os direitos sociais dos pacientes e cuidadores afetados pela síndrome do óleo tóxico.

A síndrome do óleo tóxico (SAT) foi "uma catástrofe sanitária, uma fraude, uma negligência, um crime contra a saúde pública, lembrou Armengol; produzida por um envenenamento em massa ocorrido na Espanha em maio de 1981 devido ao consumo de óleo de colza desnaturado com anilina importado para uso industrial e posteriormente desviado para consumo humano.

Como lembraram durante o evento, o problema afetou mais de 20.000 pessoas e mais de 5.000 morreram, afetando principalmente as famílias mais pobres. Ainda há muitos pacientes que "sofrem sequelas, doenças que limitam drasticamente suas vidas" e "milhares de famílias foram devastadas para sempre".

"Hoje é tarde demais para chegar a tempo, mas nunca é tarde demais para lembrar, para homenagear as vítimas, para trabalhar para mobilizar recursos", disse o presidente do Congresso, que destacou que, por "responsabilidade institucional e obrigação moral", devemos valorizar a luta das pessoas que deram suas vidas para defender as vítimas e suas famílias.

Armengol, que há meses vem se reunindo com parentes e vítimas para conhecer suas necessidades sociais e de saúde, lembrou que "não é tarde demais para melhorar o atendimento médico e especializado e para ampliar os direitos sociais dos pacientes e cuidadores".

"Este é um ato de solidariedade, um ato de apoio (...). Cabe a nós ouvir suas demandas e trabalhar para proteger seus direitos. A grande tarefa de nossa sociedade democrática é que amanhã vocês não se sintam esquecidos, tratados injustamente ou incompreendidos; sua ferida que nunca deveria ter existido deve se tornar o impulso coletivo para construir um país muito melhor", concluiu.

O evento contou com a presença do Dr. Juan Casado Flores, pediatra do Hospital del Niño Jesús, em Madri, que trabalhou na linha de frente na detecção da síndrome. Em sua narração, ele lembrou como os médicos e enfermeiros sofriam todos os dias com a chegada de novos pacientes com sintomas que não tinham nada a ver com uma infecção ou doença previamente conhecida.

Depois de contar sua experiência, ele deu lugar a Carlos Hernández Gil, médico, senador na segunda legislatura e subsecretário de Saúde e Assuntos do Consumidor na terceira legislatura. Em seu discurso, ele lembrou ao público que "somos vulneráveis, os serviços públicos curam e é para isso que servem os impostos".

"Conseguimos enfrentar um problema que poderia ter sido extremamente grave", disse Hernández Gil, que reconheceu o então ministro da Saúde, Ernest Lluch, que garantiu assistência médica aos afetados pela colza, e Miguel Marañon, principal autor da lei de defesa dos consumidores e usuários.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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