Eles recomendam a adaptação da triagem a esse grupo e a realização de campanhas de informação.
MADRID, 30 abr. (EUROPA PRESS) -
Especialistas em pediatria apontaram a falta de educação sexual recebida pelos adolescentes como uma das causas do aumento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nesse grupo populacional, tanto na Espanha quanto internacionalmente.
Isso está refletido no editorial "Aumento das infecções sexualmente transmissíveis em adolescentes: um desafio urgente", publicado na edição de abril da revista "Anales de Pediatría", órgão científico da Associação Espanhola de Pediatria (AEP).
"Infelizmente, os adolescentes iniciam seus relacionamentos sem informações suficientes ou educação sexual abrangente, sem conhecimento suficiente sobre prevenção, o que certamente não ajuda a conter as DSTs", disse a pediatra María Luisa Navarro, primeira autora do artigo, que acrescentou que o tabu em torno da sexualidade dificulta a educação.
As autoras do editorial da 'Anales de Pediatría', as pediatras María Luisa Navarro e Inés Ojeda, ambas especialistas do Hospital General Universitario Gregorio Marañón (Madri), apontaram três outros fatores, juntamente com a falta de educação sexual, para explicar o crescimento das DSTs na adolescência.
Especificamente, eles se referiram ao relatório "Juventude na Espanha 2020", que destaca o início cada vez mais precoce das relações sexuais (16,2 anos em média), o que leva à imaturidade do trato genital; o aumento do número de parceiros sexuais; e a diminuição do uso de métodos de barreira.
Além disso, "o acesso às redes sociais em uma idade precoce facilita o consumo de pornografia, distorcendo sua visão da sexualidade", acrescentou Navarro.
INCIDÊNCIA EM JOVENS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 376 milhões de novas infecções por clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase ocorram a cada ano. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) afirma que o grupo mais afetado pela clamídia em 2023 foi o de mulheres com idade entre 15 e 25 anos, ao mesmo tempo em que destaca a considerável incidência de gonorreia entre jovens e adolescentes.
Na Espanha, o último boletim de vigilância epidemiológica de DST para 2023 descreve os números mais altos de infecção gonocócica e por clamídia na faixa etária de 20 a 24 anos. Além disso, estudos sobre o HIV mostraram um aumento entre os jovens e seu subdiagnóstico em comparação com a população adulta. Globalmente, 410.000 novas infecções por HIV ocorreram em jovens de 10 a 24 anos em 2021, das quais 160.000 foram em adolescentes de 10 a 19 anos.
Com relação às estratégias para conter essa tendência de aumento, os especialistas destacaram a triagem de DSTs em adolescentes sexualmente ativos; testes rápidos que são implementados nos pontos de atendimento, mas não são adaptados à população adolescente.
Eles também pediram campanhas de divulgação para fornecer aos jovens conhecimento sobre as DSTs e informações sobre onde fazer o teste. "O uso de ferramentas digitais poderia ser um caminho útil, desde redes sociais até outras inovações digitais", sugeriu Navarro.
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