Publicado 05/03/2025 08:32

Os pacientes pedem mais informações sobre os benefícios e as contraindicações dos biossimilares

Os pacientes pedem mais informações sobre os benefícios e as contraindicações dos biossimilares
BIOSIM

MADRID 5 mar. (EUROPA PRESS) -

Nove associações de pacientes com diferentes doenças pediram mais informações sobre os benefícios e as contraindicações dos biossimilares, em "linguagem acessível" e sem colocar "tanta ênfase" em seus benefícios econômicos, como é o caso atualmente, já que o que essas pessoas buscam é receber o melhor tratamento possível.

A Associação Espanhola de Osteoporose e Osteoartrite (AECOSAR), a Confederação de Crohn e Colite Ulcerativa (ACCU), a Cancer Patients Europe, a Academia Europeia de Pacientes para Inovação Terapêutica (EUPATI), a Federação Espanhola de Diabetes (FEDE), o Grupo Espanhol de Pacientes com Câncer (GEPAC), a Liga Espanhola de Reumatologia (LIRE), a Coalizão de Linfoma e a Macula Retina elaboraram um documento, promovido pela BioSim, sobre as expectativas e opiniões dos pacientes sobre biossimilares.

Nos grupos de trabalho para preparar o texto, "100%" dos pacientes destacaram que as informações que receberam dos profissionais de saúde sobre os biossimilares se concentraram "principalmente" na economia que eles representam para o sistema de saúde.

"O problema que temos visto é que, quando falamos de produtos biológicos, biossimilares ou tratamentos diferentes, a principal referência é o aspecto econômico. Obviamente, como associações de pacientes, somos a favor da sustentabilidade do sistema de saúde e de um atendimento de melhor qualidade (...) No final, a diferença entre biológicos e biossimilares é algo muito difícil de explicar", disse o diretor da ACCU Espanha, Antonio Valdivia, em uma coletiva de imprensa.

Nesse sentido, ele disse que a maior "personalização", "qualidade de atendimento" e "qualidade de vida" oferecida pelos biossimilares deve ser enfatizada, evitando a necessidade de passar "três ou quatro horas no hospital", já que eles podem ser coletados em farmácias comunitárias, atendimento primário, farmácias hospitalares e hospitais.

"No caso de doenças imunomediadas, é comum haver comorbidade entre as duas doenças (...) Esses medicamentos podem ser usados para tratar ambas as patologias (...) O que está faltando são informações sobre como o tratamento nos afetará, independentemente de ser biológico ou biossimilar. No final, o que importa para nós é o impacto que ele terá em nossa vida diária", acrescentou.

Valdivia também lamentou que, ao propor terapias "totalmente novas", os tempos de consulta "não são suficientes" para explicar as características do tratamento.

O secretário da Macula Retina, Pedro Rascón, também enfatizou a importância de os pacientes receberem informações de qualidade em linguagem "acessível", trocando termos e explicações científicas por algo "mais pedagógico", diferenciando a comunicação recebida por profissionais de saúde e pacientes, que "em nenhum caso" deve ser a mesma.

"Quando um paciente vai ao médico, a única coisa em que ele pensa é no que vai receber. Eles estão querendo ser curados (...) Há uma falta de informação no sentido de que os benefícios, as contraindicações e os problemas que podem surgir sejam explicados. Se eu estiver recebendo tratamento com um biossimilar ou com um biológico normal e, de repente, perceber que tenho algumas espinhas no braço, devo saber que isso se deve a esse tratamento", disse Rascón.

A diretora de associação e alianças da Lympohma Coalition, Natacha Bolaños, disse que mais educação e melhores explicações sobre as diferenças entre biológicos e biossimilares se traduzirão em maior confiança do paciente e, portanto, em melhor adesão.

Bolaños disse que as alterações nesses medicamentos devem ser feitas "de forma compartilhada" entre o paciente e o profissional de saúde, que deve fornecer as informações necessárias e não fazer a alteração "automaticamente" sem consultar o paciente.

Ele também ressaltou a importância de o sistema de saúde estar preparado para informar as pessoas com deficiência sobre esse tipo de tratamento, além de direcioná-las a "fontes confiáveis" e ajudá-las a reconhecer informações "tendenciosas" ou que "não transmitam o rigor necessário".

Nessa tarefa, as associações de pacientes têm um "papel fundamental", pois têm a capacidade de transmitir o entendimento aos pacientes, facilitando a adesão.

NECESSIDADE DE INFORMAÇÕES TRANSPARENTES

"É preciso acompanhar essa informação, que deve ser transparente e completa, com o rigor regulatório que existe por trás da extrapolação dessas indicações para aumentar a confiança de todos os agentes de saúde, inclusive dos pacientes (...) Está demonstrado que o aumento das indicações e o potencial de melhoria em termos de acesso em condições de equidade que os biossimilares proporcionam é um fato, mas para que seja entendido em sua devida medida, deve ser acompanhado de transparência na informação, na política de preços e no reinvestimento", disse.

Ele também afirmou que não há "transparência" na política de preços nem no fato de as economias feitas pelos biossimilares, que chegam a cerca de 2.000 milhões de euros por ano, serem reinvestidas no sistema de saúde, algo que essas organizações consideram necessário.

A diretora geral da BioSim, Encarnación Cruz, explicou que essa estratégia de reinvestimento já existe em outros países, destacando que 50% da economia obtida pode ir para o sistema e a outra metade pode ser investida no desenvolvimento de estratégias para melhorar a atividade de saúde.

Além disso, ele disse que uma maior transparência nesse sentido fará com que tanto os profissionais quanto os pacientes "visualizem" que os benefícios são tanto econômicos quanto de saúde; as associações também mostraram a necessidade de que os biossimilares estejam "na agenda" tanto das administrações quanto do setor.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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