MADRID 1 jul. (EUROPA PRESS) -
A presidente do Grupo Espanhol de Pacientes com Câncer (GEPAC), Begoña Barragán, destacou que a pesquisa deve ser "para todos" e baseada na humanização, sem esquecer que por trás de cada estudo há uma pessoa com determinadas circunstâncias e necessidades para as quais a ciência e a inovação trabalham.
Foi o que ele disse na terça-feira durante a 11ª edição do Fórum de Prêmios de Eficácia Afetiva, realizado pela Johnson & Johnson, em colaboração com a Cátedras en Red, sob o lema "Modelo AE: Cuidamos desde a inovação". Essa iniciativa, que vem sendo realizada há mais de uma década, tem como objetivo fortalecer a humanização na área da saúde, além de reconhecer projetos de inovação para esse fim.
A pesquisa desempenha um papel fundamental na inovação, como foi enfatizado durante toda a reunião. No entanto, Barragán enfatizou que "o objetivo da pesquisa não deve ser a pesquisa", mas sim "dar vida aos pacientes ou, em muitos casos, melhorar sua qualidade de vida". Nesse sentido, ele defendeu que a "melhor" pesquisa é "aquela que chega na hora certa", "aquela que ajuda mais pacientes e salva vidas", "aquela que não se esquece de ninguém" e "aquela que muda vidas".
"Se alguém conhece a doença, são as pessoas que sofrem com ela", disse Barragán, pedindo uma participação mais ativa dos pacientes na elaboração dos estudos clínicos. "Acho que estamos perdendo uma oportunidade de fazer uma pesquisa melhor se não envolvermos os pacientes", insistiu ele.
Ele também pediu que a pesquisa não se esqueça de nenhum paciente e não deixe ninguém de lado, pois todos serão pacientes em algum momento. "Se falamos de equidade, a equidade não deve ter a ver com o local onde vivemos, ou com o que pensamos, ou com a nossa raça, ou com o fato de eu ter que me mudar ou não, ou com o fato de eu ser velho ou jovem", disse ele.
Barragán também criticou o conceito de sustentabilidade usado para cortar medicamentos e atrasar o acesso dos pacientes à inovação, que ele descreveu como "economia", mas não como sustentabilidade. "Se alguém está preocupado com a possibilidade de pagar e com a sustentabilidade do sistema de saúde, são os pacientes. Porque nossas vidas dependem disso", enfatizou.
Por sua vez, o vice-presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica, Javier de Castro, destacou que a Espanha é um dos países líderes em pesquisa, mas para manter essa posição e permitir que os pacientes tenham acesso à inovação antes que ela chegue à prática clínica, é necessário continuar trabalhando para ter instituições de saúde robustas, pessoal altamente qualificado e um grupo de pacientes que realmente queira participar dos estudos.
Ele também destacou que a inovação também está mudando e continuará a mudar a pesquisa. Em consonância com isso, ele comentou que a mudança também deve chegar à autorização de medicamentos para que a velocidade e a agilidade que chegarão aos testes graças à inteligência artificial e aos designs moleculares, entre outros, também sejam transferidas para essa fase de aprovação de medicamentos.
MODELO AFETIVO EFICAZ
O modelo afetivo efetivo concebido pelo Dr. Albert J. Jovell, falecido em 2013 e de cujo legado este fórum faz parte, destaca precisamente uma abordagem centrada na pessoa para a saúde, na qual curar e cuidar são igualmente importantes.
O diretor da Cátedra de Inovação e Gestão de Saúde da Universidad Rey Juan Carlos e membro da Cátedras en Red, Ángel Gil, acrescentou que não se trata apenas de o paciente estar no centro de todo o modelo, mas também de dar mais voz aos pacientes, e até mesmo à população em geral, e que eles devem ser ouvidos em todos e cada um dos cenários em que podem dar sua opinião e participar.
"Acho que esse modelo é uma oportunidade para a política de saúde. Acredito que esse modelo seja uma oportunidade para a política de saúde", disse Gil. "De fato, o apoio a um modelo afetivo eficaz desempenha um papel importante não apenas na eficácia, mas também na eficiência, e é por isso que acredito que seja uma oportunidade muito importante para a política de saúde.
As comunidades autônomas vêm adotando esse modelo nos últimos anos, valorizando cada vez mais a importância de seus profissionais de saúde prestarem atendimento humanizado e levando em consideração os pacientes e suas associações como agentes de mudança.
O Ministro Regional da Saúde do Governo da Cantábria, César Pascual, falou na mesa de abertura do evento, destacando essa visão de atendimento e inovação centrada nas pessoas. "Na gestão de recursos humanos, duas palavras são supérfluas, gestão e recursos, e devemos nos concentrar nas pessoas", ele compartilhou.
Ele também destacou que "a coisa mais sensata a fazer" é aprender a inovar quando há tempo para cometer erros e aprender, mas que geralmente se faz o contrário, tentando inovar quando há uma crise, quando é necessário procurar saídas.
"Deveríamos estar inovando em tempos de bonança para nos prepararmos e termos a capacidade automatizada de inovar quando a crise chegar. E para isso temos que treinar as pessoas. Portanto, é uma questão de as organizações de saúde disciplinarem as pessoas de uma vez por todas e se comprometerem com organizações que pensam, que trabalham horizontalmente, trabalhando com pessoas", explicou.
Nesse sentido, ele criticou as políticas míopes, que ele reconheceu que "todo mundo" desenvolve, mas que impedem a inovação real porque ela leva tempo. "Ter criatividade e ideias não é inovação (...) De antemão, temos que ter muita clareza sobre os problemas que queremos resolver. Não se trata de inventar inovações, mas de saber exatamente quais são os problemas, os desafios que temos pela frente e nos quais precisamos inovar", concluiu.
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