Publicado 24/11/2025 17:05

Os humanos e os golden retrievers compartilham as raízes genéticas de seu comportamento.

Archivo - Arquivo - 04 de abril de 2021, Hessen, Frankfurt/Main: Abby, uma cadela Golden Retriever, sacode a água de seu pelo após um banho no lago Jacobi. Foto: Arne Dedert/dpa
Arne Dedert/dpa - Arquivo

MADRID 24 nov. (EUROPA PRESS) -

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) oferece uma janela para as emoções caninas e revela por que alguns golden retrievers são mais medrosos, enérgicos ou agressivos do que outros.

A pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, é a primeira a mostrar que genes específicos ligados ao comportamento canino também estão associados a características como ansiedade, depressão e inteligência nas pessoas.

A equipe analisou o código genético de 1.300 golden retrievers e o comparou com as características comportamentais de cada cão, avaliadas por um questionário detalhado para seus donos. Isso revelou genes subjacentes a características como capacidade de treinamento, nível de energia, medo de estranhos e agressão a outros cães.

Comparando suas descobertas com uma análise semelhante em humanos, a equipe descobriu que doze dos genes do golden retriever que eles identificaram também são subjacentes às características comportamentais e às emoções humanas.

"As descobertas são realmente impressionantes: elas fornecem fortes evidências de que os humanos e os golden retrievers compartilham as raízes genéticas de seu comportamento. Os genes que identificamos frequentemente influenciam os estados emocionais e o comportamento em ambas as espécies", diz a Dra. Eleanor Raffan, pesquisadora do Departamento de Fisiologia, Desenvolvimento e Neurociência da Universidade de Cambridge, que liderou o estudo.

Um gene, o PTPN1, foi associado à agressão a outros cães em golden retrievers e também está associado à inteligência e à depressão em humanos. Outra variação genética, detectada em golden retrievers que temem outros cães, também influencia o fato de os seres humanos tenderem a se preocupar por muito tempo depois de uma situação embaraçosa ou de terem um alto nível de escolaridade.

A equipe afirma que as descobertas podem ajudar os donos a entender o mundo emocional de seus animais de estimação e adaptar o treinamento ou os cuidados às suas necessidades. "Esses resultados mostram que a genética governa o comportamento, predispondo alguns cães a achar o mundo estressante. Se suas experiências de vida exacerbam isso, eles podem agir de maneiras que interpretamos como mau comportamento, quando na verdade estão angustiados", diz Enoch Alex, pesquisador do Departamento de Fisiologia, Desenvolvimento e Neurociência da Universidade de Cambridge e primeiro autor do relatório.

O estudo mostrou que a capacidade de treinamento dos golden retrievers está associada a um gene, o ROMO1, que em humanos está ligado à inteligência e à sensibilidade emocional. Isso significa que os donos devem entender que há um componente emocional no treinamento de seus cães, de acordo com os pesquisadores, além de recompensar os comportamentos desejados.

As descobertas também podem ter implicações para os cuidados veterinários: entender que um comportamento como o medo em um golden retriever, por exemplo, é impulsionado por um gene ligado à ansiedade humana significa que um medicamento para reduzir a ansiedade poderia ajudar.

A equipe usou dados comportamentais de 1.300 cães, com idades entre três e sete anos, que participaram do Golden Retriever Lifetime Study, conduzido pela Morris Animal Foundation desde 2012. Os proprietários de cães inscritos respondem a questionários sobre 73 comportamentos diferentes de seu animal de estimação, que são agrupados para produzir pontuações em 14 categorias que preveem de forma confiável várias características comportamentais.

Usando amostras de sangue, a equipe analisou todo o genoma de cada golden retriever em busca de marcadores genéticos mais prevalentes em cães com cada um desses 14 traços comportamentais, em comparação com aqueles que não os têm. Isso permitiu que eles associassem regiões específicas do genoma a características comportamentais específicas.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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