Publicado 06/03/2025 13:56

Os GLP-1s oferecem benefícios "adicionais" à perda de peso, reduzindo o risco de patologias relacionadas ao diabetes.

Archivo - Arquivo - Um grande grupo de injetores/canetas de dose para injeção subcutânea de medicamentos antidiabéticos ou antiobesidade em uma pilha.
APROTT/ ISTOCK - Archivo

MADRID 6 mar. (EUROPA PRESS) -

O CEO da Novo Nordisk, Lars Fruergaard, destacou nesta quinta-feira que o peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1 (GLP-1) oferece inúmeras vantagens para a perda de peso, como a redução do risco de patologias associadas ao diabetes, como a própria obesidade, doenças cardiovasculares, renais ou hepáticas.

"Acho que esse tipo de medicamento tem um papel fundamental. Passamos décadas pesquisando sobre esse assunto. Começamos com o diabetes e descobrimos benefícios adicionais para a obesidade, para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, doenças renais, doenças hepáticas (...) Desenvolvemos moléculas exclusivas que oferecem controle da glicose, perda de peso e também benefícios adicionais para as comorbidades associadas a esses tipos de doenças crônicas, como as doenças cardiometabólicas", disse Fruergaard durante uma coletiva de imprensa.

Nesse sentido, ele enfatizou que a intenção da empresa não é apenas tratar doenças, mas prevenir patologias e suas possíveis comorbidades, algo "muito útil" para os próprios pacientes e para o sistema de saúde.

"A obesidade é uma das principais causas do diabetes tipo 2. Trabalhamos no campo do diabetes há muitos anos e, se fizermos progressos na pesquisa (...), poderemos prevenir o diabetes tipo 2. A prevenção é fundamental e é também o que torna nossos sistemas de saúde sustentáveis", acrescentou.

Fruergaard insistiu que a prevenção desse tipo de doença gerará "valor" tanto para as pessoas quanto para os sistemas de saúde, que serão mais sustentáveis; para isso, a Novo Nordisk também está trabalhando no lançamento da primeira insulina semanal do mundo, que será uma "grande mudança" para os pacientes.

"Os GLP-1s são fundamentais, estão sendo usados cada vez mais e não apenas por causa do potencial de perda de peso, mas porque oferecem benefícios adicionais para pessoas que sofrem de doenças crônicas graves, como obesidade, diabetes, e também oferecem benefícios para os sistemas de saúde. E isso, por si só, é uma vantagem econômica", disse Camilla Sylvest, vice-presidente executiva de estratégia de negócios e assuntos corporativos.

IMPACTO NOS SISTEMAS DE SAÚDE

Ela destacou ainda que um estudo do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido constatou que o uso desse tipo de tratamento reduzirá as internações hospitalares em 171.000 por ano e economizará mais de US$ 2 bilhões (cerca de 1,85 bilhão de euros) entre 2025 e 2040.

Apesar de todas as vantagens do ponto de vista econômico e de saúde, o NICE reconheceu que esse tipo de produto é "caro", especialmente em relação à insulina e a outros medicamentos dedicados à obesidade e ao diabetes.

No entanto, ele ressaltou que, se o número de pessoas que sofrem de diabetes relacionado à obesidade for reduzido, o impacto das doenças cardiovasculares também diminuirá, o que terá um impacto "muito maior" na economia do que o custo desses medicamentos.

"A obesidade é o indicador mais importante do diabetes. Sabemos que mais de 30% das pessoas que têm diabetes tipo 2 têm um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, e mais de 40% das pessoas que têm diabetes tipo 1 têm um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares e, provavelmente, de desenvolver doença renal crônica", acrescentou.

Para resolver esse problema, a empresa criou uma unidade de prevenção transformadora para "usar a ciência" a fim de encontrar maneiras de prever quais pessoas têm maior risco de obesidade e doenças relacionadas, observando que eles estão trabalhando com dados de pacientes dos smartwatches da Apple para procurar padrões.

O vice-presidente executivo de desenvolvimento, Martin Lange, lembrou que a Novo Nordisk está expandindo as indicações para o GLP-1 para incluir obesidade, doenças cardiovasculares, metabólicas, hepáticas e renais, já que as considera "sobrepostas" e muitas vezes coexistentes nos mesmos pacientes, e está investigando seu papel no tratamento da doença de Alzheimer.

COMBATE A DOENÇAS RARAS

Por outro lado, o vice-presidente executivo de Doenças Raras, Ludovix Helfgott, destacou o foco da empresa no tratamento de doenças raras, especialmente doenças do sangue, hormônios do crescimento e doenças endócrinas, uma decisão que ele justificou porque, se eles se concentrassem nas mais de 7.000 patologias raras, "elas poderiam se perder".

A esse respeito, ele disse que a molécula etavopivat pode reduzir em até metade o risco de sofrer uma crise de dor em pacientes com doença falciforme, que gera uma série de "dores terríveis" e que até agora eram negligenciadas.

Em relação à hemofilia B com inibidores, Helfgott disse que estão lançando um novo medicamento para bloquear a proteína 'TFPI', que ajudará a limitar o sangramento nos pacientes; e para a hemofilia A sem inibidores, a empresa pretende lançar outro tratamento para ajudar a reduzir o sangramento de forma "conveniente", na forma de uma "pequena injeção" sob a pele.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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