Publicado 03/12/2025 09:44

Os espanhóis classificam as pandemias e as doenças infecciosas como o terceiro risco para o futuro

Archivo - Arquivo - Pandemia, coronavírus.
NISERIN/ ISTOCK - Arquivo

MADRID 3 dez. (EUROPA PRESS) -

Os espanhóis consideram as pandemias e as doenças infecciosas como o terceiro risco que a sociedade enfrentará no futuro, atrás apenas das mudanças climáticas e da instabilidade geopolítica, de acordo com o Relatório de Riscos Futuros 2025, elaborado pela Fundação AXA e pela Ipsos.

O relatório, elaborado a partir de pesquisas on-line com 3.595 especialistas de 57 países, 129 da Espanha, e 23.000 pessoas de 18 países, 1.000 da Espanha, mostra uma "maior percepção de incerteza e instabilidade para enfrentar os riscos futuros", como afirmou nesta quarta-feira o diretor geral da Fundação AXA, Josep Alfonso Caro, durante um evento organizado pela própria fundação e pelo Fórum Jornalismo 2030 na Universidade Camilo José Cela.

No que diz respeito aos riscos para a saúde relacionados a pandemias e doenças infecciosas, eles vêm perdendo peso desde que foram colocados em primeiro lugar em 2020, como resultado da pandemia de Covid-19, até desaparecerem do ranking elaborado a partir das respostas de especialistas de todo o mundo nesta décima segunda edição do relatório. Da mesma forma, esses fatores não aparecem entre os principais riscos expressos pelos especialistas espanhóis.

Entretanto, entre a população em geral, os riscos à saúde ainda estão presentes. Globalmente, as pandemias são classificadas como o quinto risco e as doenças crônicas em décimo lugar. No contexto nacional, as pandemias e as doenças infecciosas estão em terceiro lugar.

SITUAÇÃO DO NHS E DA SAÚDE PRIVADA

Em uma mesa redonda, o presidente da HM Hospitals, Juan Abarca, enfatizou que, como resultado da pandemia, aumentou a preocupação da população espanhola com a saúde e destacou que isso é observado no aumento da frequência ao médico.

Abarca analisou a evolução do Sistema Nacional de Saúde (SNS) desde sua criação em 1986 e o crescente papel desempenhado pela saúde privada. "Os cuidados de saúde privados nunca procuraram competir com os cuidados de saúde públicos e nunca procuraram ser uma alternativa ao acesso", salientou.

Sobre a situação atual, ele disse que o NHS está em uma situação "crítica" e detalhou que ele "funciona bem" para serviços complexos depois que o diagnóstico é feito, mas lamentou que as listas de espera para esses serviços sejam muito longas. "O sistema de saúde pública falhou há muito tempo na questão da equidade", disse ele.

Por essa razão, ele enfatizou que o NHS precisa de "reformas drásticas" no modelo de organização e gestão, em referência ao Estatuto de Enquadramento do pessoal estatutário. "O Estatuto da Estrutura é a coisa mais ineficiente que existe", disse ele, acrescentando que o modelo de gestão estatutária "é um fardo" e exige uma reforma urgente. Apesar de tudo, ele insistiu que é um "grande defensor" da saúde pública.

MUDANÇA CLIMÁTICA, FRAGMENTAÇÃO E RISCO DEMOGRÁFICO

Com relação a outros riscos refletidos no relatório, a mudança climática é o principal risco percebido por especialistas e pela população em geral no mundo, bem como entre a população espanhola, de acordo com as respostas das últimas edições. No entanto, esse risco perdeu peso entre os especialistas do mundo (55% em comparação com 63% em 2024), enquanto aqueles que acreditam que as autoridades públicas não estão preparadas para enfrentar esse desafio caíram para 12%, a menor porcentagem até o momento.

Para os especialistas espanhóis, o principal risco é a instabilidade geopolítica, algo que pode estar relacionado ao contexto nacional, de acordo com Josep Alfonso Caro. Esse fator é acompanhado pela mudança climática e pelos riscos de segurança cibernética, em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O relatório também alerta para o surgimento de um senso de perigo "interno", impulsionado pelo risco de fragmentação e pelo risco demográfico. A população mundial e os especialistas concordam que seus países enfrentam "uma profunda e preocupante divisão social" e que as pessoas têm "cada vez menos valores e aspirações comuns". No caso da Espanha, as diferenças políticas e ideológicas e as tensões relacionadas à imigração e à integração cultural são os principais motivos citados pelos entrevistados.

Quanto ao desafio demográfico, os espanhóis percebem o colapso do sistema público de pensões, o aumento dos custos de saúde e o crescente isolamento social dos idosos como os principais riscos associados. No entanto, os espanhóis são os europeus com a visão mais favorável das políticas de migração que incentivam a chegada de famílias jovens como uma solução para o envelhecimento demográfico.

Com base nos resultados da pesquisa, Josep Alfonso alertou para uma situação de "policrise" que está piorando, com tensões que continuarão e se espalharão, podendo até mesmo representar uma ameaça aos suprimentos nacionais de alimentos e energia.

Diante disso, ele pediu uma ação a partir de uma abordagem global e coordenada para enfrentar os riscos identificados e mitigar seu impacto, com o objetivo de avançar na construção de uma sociedade melhor e mais sustentável entre todos os agentes envolvidos.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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