MADRID 25 nov. (EUROPA PRESS) -
A primeira vice-presidente do Conselho Geral de Enfermagem (CGE), Raquel Rodríguez Llanos, enfatizou que os enfermeiros devem ser vistos como um lugar "seguro e confiável" para as mulheres vítimas de violência de gênero, já que seu trabalho direto com os pacientes lhes permite detectar riscos e colaborar na prevenção, atendimento e apoio às pessoas afetadas.
"Estamos abertos a ouvir todos os tipos de problemas; se uma mulher vai até sua enfermeira e sente essa confiança, podemos então encaminhá-la para iniciar um processo apoiado pelo NHS", explicou a vice-presidente no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.
A CGE lembrou que, no ano passado, 34.684 mulheres foram vítimas de violência de gênero na Espanha e, dessas, 49 foram assassinadas. Até agora, em 2025, 39 mulheres foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, de acordo com os últimos dados disponíveis compilados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Ministério da Igualdade.
Diante dessa situação, o Conselho Geral de Enfermeiros solicitou uma resposta multissetorial e, dentro do sistema de saúde, destacou o "papel fundamental" dos enfermeiros. "Os enfermeiros têm uma posição privilegiada que nos permite ajudar as vítimas de violência de gênero de uma posição muito próxima e, portanto, eficaz", enfatizou o presidente do CGE, Florentino Pérez Raya.
Nos sistemas de saúde espanhóis, existem protocolos muito específicos para que os enfermeiros atuem prontamente se encontrarem uma situação de violência de gênero. Nesses protocolos, tanto os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Familiar e Comunitária quanto os Especialistas em Saúde Mental desempenham um papel de liderança, bem como os enfermeiros que trabalham em departamentos de acidentes e emergências e são, em muitas ocasiões, o primeiro contato das vítimas com o Sistema Nacional de Saúde.
APOIO INSTITUCIONAL
No entanto, Pérez Raya insistiu que, para poder desenvolver esses protocolos de ação de forma rápida e eficaz e atuar como apoio a essas mulheres, os profissionais de enfermagem precisam de condições ideais de trabalho. Assim, ela pediu uma melhora na situação da enfermagem em geral e, em particular, na dos especialistas em Saúde Mental e Familiar.
"Precisamos de mais tempo com os pacientes e de todos os recursos possíveis à nossa disposição. Podemos ser parte ativa da prevenção desse flagelo e, para isso, precisamos dos melhores recursos e, acima de tudo, de tempo para nos aprofundarmos na vida e na situação de cada paciente", enfatizou.
Além disso, o Conselho Geral de Enfermagem enfatizou seu compromisso com os profissionais, não apenas para ajudar as mulheres que sofrem violência de gênero em geral, mas também para as mulheres que se encontram nessa situação e trabalham na área da saúde. "Há mulheres no NHS que estão sujeitas à violência de gênero; é uma dualidade, pois elas têm um papel na prevenção e no cuidado dessa violência, mas também podem ser vítimas dela", disse Raquel Rodríguez.
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