MADRID 25 nov. (EUROPA PRESS) -
O Conselho Geral de Enfermagem (CGE), a Federação de Associações de Enfermagem Familiar e Comunitária (FAECAP) e a Associação de Enfermagem Comunitária (AEC) advertiram nesta terça-feira que algumas comunidades autônomas poderiam perder fundos destinados à atenção primária, caso não implementem a especialidade de Enfermagem Familiar e Comunitária (EFyC).
A presidente da FAECAP, Esther Nieto, lembrou que essa medida faz parte do Plano de Ação para a Atenção Primária e Comunitária 2025-2027 do Ministério da Saúde, que estabelece que todas as regiões autônomas devem atualizar seus regulamentos antes do final de 2025 para garantir que as nomeações de enfermeiros na Atenção Primária sejam cobertas "preferencialmente por especialistas em Enfermagem Familiar e Comunitária".
"Parte do orçamento da Atenção Primária está vinculada ao cumprimento de objetivos, e um deles é a implementação da Enfermagem Familiar e Comunitária. Haverá comunidades autônomas que não receberão esses fundos porque não estão comprometidas com a especialidade. Isso não é uma opinião: está incluído nos critérios do plano", disse Nieto.
Ele também afirmou que esse regulamento obriga o sistema a criar e fornecer vagas específicas para essa especialidade e a aumentar seu número "em pelo menos 20% ao ano" até dezembro de 2027.
"Temos comunidades que implementaram a especialidade, como a Galícia e Aragão, onde o compromisso é real e os especialistas estão ocupando 100% das vagas. Mas outras, como as Ilhas Canárias, nem sequer têm cargos específicos, apesar do fato de a categoria profissional ter sido criada", disse a presidente da FAECAP, Esther Nieto.
Embora a Espanha tenha quase 19.000 enfermeiros especialistas em Atenção Familiar e Comunitária, ainda não se sabe quantos estão "realmente trabalhando" na Atenção Primária, pois muitos ocupam contratos de enfermeiro geral, o que é "uma enorme perda de talento e uma oportunidade desperdiçada" pelo sistema.
TER ENFERMEIROS ESPECIALIZADOS É "ESSENCIAL".
"Não pode haver atendimento primário de qualidade sem enfermeiros especializados nas equipes. Isso não é opcional: é essencial", acrescentou Nieto.
O presidente da CGE, Florentino Pérez Raya, expressou uma opinião semelhante, afirmando que a falta de enfermeiros especialistas nos centros de saúde significará que a atenção primária continuará "presa a um modelo antigo, saturado e focado apenas no atendimento", quando na realidade são necessárias a prevenção, a promoção e a comunicação.
"Quando a especialidade está presente, ela melhora a qualidade, reduz a sobrecarga de atendimento e aumenta a segurança do paciente. Não é um luxo: é uma necessidade", enfatizou Pérez Raya.
Nesse sentido, ele afirmou que o tempo está se esgotando para as comunidades que continuam a atrasar a implementação da especialidade e que aquelas que não agirem perderão os fundos finais para a atenção primária.
"Não apoiar a Enfermagem Familiar e Comunitária tem um custo econômico real e, mais importante, um custo de saúde para a população", acrescentou, após o que insistiu que a falta de especialistas fará com que a atenção primária continue "em crise", algo que o sistema de saúde "não pode permitir".
Por sua vez, a presidente da AEC, Maribel Mármol, concordou que a especialidade está progredindo "de forma muito desigual", dependendo da comunidade autônoma, com algumas tendo postos criados, mas não preenchidos, outras onde as aposentadorias são substituídas por generalistas, e até mesmo regiões que estão convertendo postos para outras especialidades que não a medicina comunitária.
Ele continuou explicando que a falta de desenvolvimento se deve a várias barreiras, como o fato de que a atenção primária "não é atraente" para os profissionais de saúde.
"Há uma grande pressão para prestar atendimento e muito trabalho temporário. Isso impede o desenvolvimento da função essencial do enfermeiro comunitário: ir à comunidade, intervir no ambiente, trabalhar com grupos e famílias. Muitas vezes, eles simplesmente não podem", explicou ela.
Por fim, ela pediu a criação e a cobertura real de vagas suficientes para esse tipo de enfermeiro especialista, já que "foram gastos anos para treinar" profissionais "muito competentes", um investimento que não está sendo aproveitado e que representa uma "enorme perda" para a população.
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