MADRID 10 dez. (EUROPA PRESS) -
A diretora do Instituto Superior de Enfermagem (ISFOS) do Conselho Geral de Enfermagem, Pilar Fernández, reivindicou o papel dos enfermeiros como referência para garantir um atendimento contínuo e humano aos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que inclui a detecção de alterações, educação terapêutica e apoio emocional.
Foi o que ela disse durante a reunião virtual 'COPD updates for nurses', organizada pela ISFOS em colaboração com a AstraZeneca. O objetivo do webinar foi revisar as últimas atualizações sobre a DPOC, uma doença que afeta mais de três milhões de pessoas na Espanha, mas até 80% dos pacientes não sabem que sofrem com ela.
"O impacto na qualidade de vida das pessoas com essa doença e a carga de saúde que ela acarreta exigem, mais do que nunca, profissionais treinados, atualizados e capazes de liderar o acompanhamento e a educação em saúde das pessoas que sofrem com ela", disse Pilar Fernández.
Durante o webinar, os palestrantes enfatizaram a importância do monitoramento dos pacientes com DPOC, já que se trata de uma doença crônica que também causa exacerbações frequentes. Nesse sentido, a reunião serviu para focar em novas ferramentas práticas que podem ajudar os pacientes a monitorar, controlar e aderir ao tratamento.
"Sabemos que aqueles pacientes que realizam um acompanhamento adequado limitam suas exacerbações e têm uma correta adesão terapêutica, melhoram seu prognóstico a médio e longo prazo", explicou Juan Antonio Trigueros, médico especialista em Medicina Familiar e Comunitária, coordenador do Grupo de Patologia Respiratória da Sociedade Espanhola de Medicina Geral e Familiar (GPR-SEMG).
AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Os enfermeiros também desempenham um papel importante na avaliação funcional respiratória dos pacientes, pois são responsáveis pela realização de testes como espirometria forçada, teste broncodilatador, difusão simples de monóxido de carbono, pletismografia e teste de caminhada de seis minutos, com os quais obtêm dados essenciais sobre obstrução brônquica, resposta terapêutica, volumes pulmonares, capacidade de troca gasosa e tolerância ao exercício.
"Graças a esse trabalho especializado, a detecção precoce das exacerbações é facilitada, o tratamento é otimizado e a educação terapêutica é aprimorada, contribuindo para um atendimento mais eficaz e personalizado, com o objetivo de melhorar o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas com DPOC", insistiu a presidente da Faculdade de Enfermagem de Avila, Jenifer Marcos, enfermeira especialista em DPOC.
Em relação ao tratamento, os especialistas destacaram que as diversas opções terapêuticas existentes, incluindo os propulsores de nova geração recentemente aprovados na Europa, devem ser avaliadas individualmente para cada paciente, priorizando os critérios clínicos em detrimento de qualquer outro, a fim de manter o controle adequado da DPOC e garantir a adesão correta.
Nesse sentido, a enfermeira de doenças pulmonares intersticiais difusas e chefe de Pneumologia do Hospital Recoletas Salud Campo Grande (Valladolid), Sara Rebollo, destacou o papel dos enfermeiros na identificação de erros frequentes na técnica de inalação, um dos principais fatores associados ao mau controle da doença.
"A consulta de enfermagem é um pilar importante no manejo da DPOC. Por meio da avaliação correta e do treinamento em técnica de inalação, é possível otimizar os tratamentos e capacitar os pacientes em seu autocuidado", disse Rebollo, membro da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR).
FERRAMENTA DE RADAR
A reunião também serviu para apresentar a ferramenta de avaliação de controle da DPOC 'RADAR', projetada por um comitê multidisciplinar de especialistas na doença para uso na Atenção Primária (AP).
A ferramenta, desenvolvida com o apoio da AstraZeneca, aborda quatro variáveis, como medicação de resgate utilizada, exacerbações nos últimos três meses, dispneia e média de atividade física diária realizada pelo paciente. A partir disso, os profissionais podem identificar os pacientes com baixo controle da doença.
"Essas variáveis foram validadas em uma coorte apropriada e nos permitem recomendar o uso sistemático da ferramenta. A vocação clara da ferramenta é alcançar sua máxima disseminação nas consultas de saúde e sempre que for necessário conhecer o grau de controle. O objetivo é reduzir as taxas de mau controle dos pacientes com DPOC", disse Antonio Trigueros, coordenador do Grupo de Patologia Respiratória da Sociedade Espanhola de Medicina Geral e Familiar (GPR-SEMG).
De acordo com Trigueros, essa é uma ferramenta inovadora na Espanha, pois não há uma longa tradição de programas estruturados de gerenciamento de doenças em consultas de DPOC na atenção primária.
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