Publicado 03/09/2025 05:28

Os campos magnéticos no universo primitivo eram incrivelmente fracos

Os campos magnéticos no Universo primitivo podem ter sido bilhões de vezes mais fracos do que os de uma geladeira.
SISSA

MADRID 3 set. (EUROPA PRESS) -

Os campos magnéticos nos estágios iniciais do universo podem ter sido bilhões de vezes mais fracos do que um pequeno ímã de geladeira, comparável ao gerado pelos neurônios no cérebro humano.

Entretanto, apesar dessa fraqueza, traços quantificáveis de sua existência ainda persistem na teia cósmica, as estruturas cósmicas visíveis conectadas em todo o universo.

Essas conclusões são resultado de um estudo que utilizou cerca de um quarto de milhão de simulações de computador, realizado por uma equipe da SISSA (International School for Advanced Studies, com sede em Trieste) em colaboração com as Universidades de Hertfordshire, Cambridge, Nottingham, Stanford e Potsdam. Em seguida, dados observacionais foram usados para validar essas descobertas.

A pesquisa, publicada recentemente na Physical Review Letters, especifica os valores possíveis e máximos da força dos campos magnéticos primordiais. Ela também oferece a possibilidade de refinar nossa compreensão do universo primitivo e da formação das primeiras estrelas e galáxias.

UMA TEIA MAGNÉTICA CÓSMICA

A teia cósmica, grande parte da qual ainda não foi descoberta, é uma estrutura filamentar que conecta galáxias e permeia o universo. Um de seus muitos mistérios não resolvidos é por que ela é magnetizada, não apenas perto de galáxias, onde isso seria esperado, mas também em regiões distantes e pouco povoadas que constituem a maior parte da teia cósmica. Isso é mais difícil de explicar. Esses comentários foram feitos por Mak Pavicevic, estudante de doutorado do SISSA e principal autor da pesquisa, e Matteo Viel, seu supervisor e coautor do estudo.

"Levantamos a hipótese de que isso poderia ser um legado de eventos que ocorreram em épocas cósmicas durante o nascimento do universo, e que o magnetismo estava essencialmente ligado a processos físicos no universo primitivo. Por exemplo, os filamentos teriam sido magnetizados durante o processo de inflação antes do chamado Big Bang ou por eventos em épocas posteriores, chamados de transições de fase", disse ele.

"Isso é o que queríamos determinar com nosso trabalho. Também queríamos avaliar a magnitude desses campos magnéticos primordiais por meio de nossas investigações, estabelecendo um limite superior e tentando medir sua força", acrescentou.

A equipe internacional usou mais de 250.000 simulações de computador para estudar a rede cósmica e entender melhor a influência dos campos magnéticos primordiais. Vid Irsic, da Universidade de Hertfordshire e coautor do estudo, observa que "essas são as simulações mais realistas e de última geração do quadro mais amplo da influência do campo magnético primordial na rede cósmica intergaláctica".

SUPOSIÇÕES CORRETAS

Pavicevic e Viel explicam: "Ao comparar essas simulações com dados observacionais, descobrimos que nossas hipóteses estavam corretas. Ao incluir a influência dos campos primordiais, a teia cósmica parece diferente e mais de acordo com os dados observados. Em particular, podemos dizer que um modelo padrão do Universo com um campo magnético muito fraco, em torno de 0,2 nanogauss, se ajusta muito melhor aos dados experimentais.

Os cientistas obtiveram um valor particularmente baixo para a magnitude dos campos magnéticos primordiais, estabelecendo um novo limite superior várias vezes menor do que o estimado anteriormente.

Essa evidência ajudará a melhorar a compreensão dos eventos no Universo primitivo. O campo magnético teria aumentado a densidade da rede cósmica, acelerando, por sua vez, o processo de formação de estrelas e galáxias. Será possível validar ainda mais nossos resultados com observações feitas com o Telescópio Espacial James Webb.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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