MADRID 6 jul. (EUROPA PRESS) -
A declaração final dos líderes do grupo BRICS de países em desenvolvimento, reunidos neste domingo no Rio de Janeiro, faz uma firme defesa do multilateralismo e condena guerras, sanções e tarifas usadas como ferramenta política.
Os signatários expressaram sua "preocupação com os conflitos em curso em várias partes do mundo e com o estado de polarização e fragmentação da ordem internacional" e propuseram como resposta uma "abordagem multilateral que respeite as diversas perspectivas e posições nacionais sobre questões globais cruciais".
"Pedimos que a comunidade internacional responda a esses desafios e ameaças de segurança associadas com medidas político-diplomáticas para reduzir o potencial de conflito e enfatizar a necessidade de evitar conflitos abordando suas causas fundamentais", continua o texto oficial.
O documento, chamado de Declaração do Rio, menciona o aumento dos gastos militares, referindo-se ao recente anúncio da OTAN de alocar 5% do PIB para a defesa, mas sem mencionar os EUA.
Washington também não é mencionado na condenação dos ataques de junho ao Irã e dos ataques a "instalações nucleares pacíficas".
"Nesse contexto, reiteramos nosso apoio às iniciativas diplomáticas para enfrentar os desafios regionais e pedimos que o Conselho de Segurança da ONU trate dessa questão", afirmam os BRICS.
Eles também condenaram "todas as violações da lei humanitária internacional" durante a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, incluindo o uso da fome como método de guerra.
"Pedimos que as partes se engajem de boa fé em novas negociações com o objetivo de alcançar um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional, a retirada total das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as outras partes dos Territórios Palestinos Ocupados, a libertação de todos os reféns e detentos mantidos em violação do direito internacional e o acesso à entrega de ajuda humanitária aos necessitados", continua.
ECONOMIA E SANÇÕES
Na frente econômica, o comunicado menciona o Novo Banco de Desenvolvimento, informalmente conhecido como Banco do BRICS, "um agente robusto e estratégico de desenvolvimento e modernização do sul global" e propõe um novo sistema internacional de pagamentos.
Entre as ausências estão a criação de uma moeda única, que foi objeto de especulação, e o abandono do dólar como referência para o comércio internacional. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu em janeiro que aplicaria tarifas de 100% àqueles que adotassem essa proposta.
Sobre as sanções, que afetam particularmente o Irã e a Rússia, os BRICS condenam "a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional" por causa de suas "implicações negativas". Nenhum dos membros do grupo "impõe ou apóia sanções não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU".
O texto pede o gerenciamento multilateral da inteligência artificial e a regulamentação da mudança climática, com medidas de financiamento para países pobres e incentivos para controlar as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, "os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel importante na matriz energética global, especialmente nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento".
"Afirmamos que a cooperação dentro e entre os BRICS é essencial para contribuir para um esforço global em direção a um futuro sustentável e uma transição justa e equitativa para todos", disse ele.
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