MADRID 19 jun. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Grupo Espanhol de Oncologia Geniturinária (SOGUG), Dr. Aránzazu González del Alba, enfatizou na quinta-feira que os avanços na imunoterapia conseguiram aumentar a taxa de sobrevivência de cinco anos de pacientes com câncer renal de alto risco e metastático em até 40%.
"Graças à irrupção da imunoterapia e às novas estratégias de tratamento, foi possível aumentar a sobrevida dos pacientes e, na doença metastática, agora podemos falar de longos sobreviventes, com 40% dos pacientes ainda vivos após cinco anos de acompanhamento", disse ela durante uma conferência organizada por ocasião do Dia Mundial do Câncer de Rim.
Ele também ressaltou que as combinações com imunoterapia foram um ponto de virada, pois antes do advento da imunoterapia apenas menos da metade dos pacientes sobreviviam dois anos, enquanto apenas 10% chegavam a cinco anos.
Aránzazu, que também é coordenadora da Unidade de Tumores Geniturinários do Serviço de Oncologia Médica do Hospital Universitário Puerta de Hierro, destacou que a sobrevida de cinco anos atualmente pode chegar a 95% se for detectada em seu primeiro estágio, após o que ela lamentou que se trate de uma patologia "silenciosa" devido à falta de sintomas até que se espalhe para outros órgãos.
"Em muitas ocasiões, o diagnóstico tardio dificulta o tratamento e compromete a sobrevivência", acrescentou, acrescentando que esse tipo de tumor causou a morte de 2.000 pessoas na Espanha em 2023, e mais de 9.500 casos são esperados este ano.
O especialista enfatizou que a falta de visibilidade é um fator de risco, pois é um "freio" para o diagnóstico precoce, já que a maioria das pessoas desconhece os sintomas e não há tanta informação quanto há para outros tipos de câncer.
FALTA DE ACESSO A TRATAMENTOS INOVADORES
Por outro lado, ele lamentou os atrasos na Espanha na disponibilidade de novos tratamentos, destacando que a "grande maioria" desses pacientes não pode ser tratada com "qualquer combinação" de inibidores de tirosina quinase e imunoterapia, apesar de esse ser o tratamento padrão de escolha com o "nível máximo de evidência" de acordo com as diretrizes clínicas, algo que ele considera "muito desanimador".
O oncologista do Hospital Universitário Lozano Blesa, em Zaragoza, Julio Lambea, concordou com a ideia de que há "barreiras" no acesso à inovação no câncer renal, tanto por motivos econômicos quanto pela "falta de equidade" entre as comunidades autônomas quando se trata de aprovar o uso de determinados medicamentos.
"Como não é um câncer muito comum, os avanços na pesquisa são mais limitados porque não há investimento suficiente da indústria farmacêutica ou de órgãos públicos, em comparação com outros cânceres mais comuns, como o de pulmão ou de mama", acrescentou.
Para melhorar o acesso, Lambea apontou a necessidade de os pacientes terem voz nos processos de tomada de decisão para o acesso público aos medicamentos contra o câncer, embora também tenha apontado o poder das associações de pacientes para melhorar o acesso a essas terapias.
O Dr. Lambea também enfatizou a importância de informar aos pacientes que existem vários caminhos de pesquisa no câncer renal e que alguns deles têm resultados "iminentes" sobre novos alvos de tratamento ou sobre o uso de medicamentos no cenário de tumores operáveis.
DÉFICIT DE FINANCIAMENTO E GERENCIAMENTO EMOCIONAL
Por outro lado, o diretor geral da Federação Nacional de Associações para a Luta contra as Doenças Renais (ALCER), Juan Carlos Julián, abordou a falta de financiamento para terapias combinadas de inibidores de tirosina quinase e imunoterapia, e apontou as deficiências existentes no gerenciamento emocional dos pacientes.
"Do ponto de vista psicossocial, há deficiências na gestão emocional e no impacto da doença na qualidade de vida, o que seria ajudado pela expansão dos programas de apoio ao paciente para especialistas em câncer renal", disse ele.
Durante o evento, o vice-presidente da SOCUG, Sergio Vázquez Estévez, observou que a abordagem multidisciplinar desse câncer, assim como de outros, é "absolutamente essencial", e ainda mais no caso de tumores renais raros, que muitas vezes são "difíceis" de diagnosticar e tratar.
"No câncer renal, mas no câncer em geral, graças ao trabalho multidisciplinar, estamos alcançando números de sobrevivência muito importantes", concluiu.
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