MADRID, 18 nov. (EUROPA PRESS) -
O oncologista adjunto do Hospital Universitário Ramón y Cajal de Madri e representante do Grupo Espanhol de Pesquisa em Câncer Ginecológico (GEICO), Alfonso Cortés, destacou que a "grande esperança" na abordagem dos tumores ginecológicos está no tratamento com conjugados anticorpo-droga (ADC), uma terapia que utiliza anticorpos monoclonais para transportar a quimioterapia diretamente para as células cancerígenas.
"Atualmente, temos ADCs em pesquisa e testes clínicos em praticamente todas as situações para todos os tumores ginecológicos. Ainda temos que esperar, mas esse tipo de tratamento substituirá a quimioterapia atual e melhorará seus resultados", disse Cortés durante sua participação na conferência "Evolução e inovação na abordagem de tumores ginecológicos", organizada pela Associação Nacional de Informantes de Saúde (ANIS) e pela MSD.
Sobre esse ponto, o oncologista adjunto do Hospital Universitário 12 de Octubre (Madri) e representante da GEICO, Luis Manso, concordou, enfatizando que essa terapia é um "veículo muito mais eficiente" para a quimioterapia.
"No caso do câncer de ovário, os ADCs estão sendo usados atualmente e esperamos que em 2026 o tratamento possa ser financiado na Espanha", disse Manso, que acrescentou que existem outros ADCs que estão em fase de pesquisa e que poderiam chegar nos "próximos quatro anos".
Na reunião, os especialistas informaram que os tumores ginecológicos podem afetar o útero, os ovários, o colo do útero, a vulva, a vagina, as trompas de falópio ou o peritônio. Na Espanha, o mais comum é o câncer do corpo uterino, que, segundo estimativas, terá 7.428 novos casos diagnosticados este ano, o que o torna a quarta neoplasia mais comum entre as mulheres, atrás do câncer de mama, colorretal e de pulmão.
Ele é seguido pelo câncer de ovário, com 3.748 casos estimados, e pelo câncer de colo do útero, com 2.307 diagnósticos estimados para 2025 e cuja eliminação é o objetivo de uma estratégia específica da Organização Mundial da Saúde a partir de 2020.
INIBIDORES DE PARP E IMUNOTERAPIA
Nas últimas quatro décadas, a sobrevida dos pacientes com câncer na Espanha dobrou e espera-se que continue a aumentar nos próximos anos. De acordo com dados recentes, a sobrevida líquida em cinco anos é de 74% para o câncer de colo do útero, 66% para o câncer de útero e 41% para o câncer de ovário.
Esses dados positivos são o resultado de novos tratamentos para esse tipo de tumor: "Em alguns casos, depois de mais de duas décadas sem avanços terapêuticos, estamos vendo inovações que podem responder a necessidades médicas não atendidas e representam uma evolução na forma como os pacientes são tratados, oferecendo novas opções que melhoram sua qualidade de vida", destacou Manso.
"Há cerca de uma década, com a chegada dos inibidores de PARP, foi realizada uma verdadeira revolução", disse Cortés, que acrescentou que esse tipo de terapia bloqueia o reparo do DNA nas células cancerosas.
Manso se concentrou no tratamento de imunoterapia, que "incentiva as células a reagir e desativar o tumor". "No caso da imunoterapia, ela é mais voltada para o câncer de endométrio e de colo do útero", acrescentou.
Por fim, os especialistas também enfatizaram que o apoio e as informações ao paciente são fatores fundamentais para melhorar os resultados de saúde.
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