SAN LORENZO DEL ESCORIAL 14 nov. (EUROPA PRESS) -
A diretora da Organização Nacional de Transplantes (ONT), Beatriz Domínguez-Gil, anunciou na quinta-feira a criação de uma estratégia para continuar aumentando a proporção de doadores de órgãos e transplantes na Espanha entre 2026 e 2030, um texto que já foi trabalhado em conjunto com as comunidades autônomas e que eles esperam publicar "em breve" para consulta pública.
Esse novo plano, apresentado durante a 20ª Reunião de Profissionais de Comunicação e Coordenadores de Transplantes, baseia-se em cinco eixos que têm a ver com a detecção proativa de possíveis doadores; a melhoria dos transplantes renais "in vivo"; a otimização do acesso aos transplantes; a melhoria da qualidade e da segurança na inovação; e a profissionalização das equipes de coordenação.
"Devemos continuar a aumentar o número de doadores, e aqui o objetivo será o que chamamos de plano 50+, ou seja, 50 doadores com pelo menos um órgão transplantado por milhão de habitantes", disse Domínguez-Gil durante seu discurso.
Ele continuou detalhando que esse primeiro eixo está subdividido em duas partes, sendo que a primeira busca ampliar a detecção de possíveis doadores para além das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), abrangendo todo o hospital. Para isso, ele buscará estabelecer protocolos de doação em todo o centro; criar sistemas de alerta e notificação; realizar uma revisão das admissões; organizar visitas às unidades geradoras; realizar sessões de treinamento e feedback; e designar pessoas de referência.
"Até alguns anos atrás, a doação de falecidos era algo que ocorria principalmente na UTI de um hospital. Mas agora sabemos, especialmente graças à história, que todos os dias em nossos hospitais morrem pessoas fora das unidades de terapia intensiva que poderiam ser doadoras. Isso exige um trabalho muito importante por parte da coordenação, que não se torna uma figura passiva esperando (...), mas passa a ter uma atitude muito proativa", enfatizou.
Domínguez-Gil enfatizou que o crescimento das doações de órgãos veio "de mãos dadas" com as doações em assistolia, que ocorrem de pessoas que sofrem uma parada cardiorrespiratória súbita e irreversível, e que incluem os casos de parada com tentativas malsucedidas de ressuscitação; após a retirada do suporte de vida de um paciente cuja morte é esperada e que é realizada em acordo com a família; e após um processo de eutanásia.
AUTORIZAÇÃO DE CENTROS PÚBLICOS E PRIVADOS
Essa estratégia, que deverá ser oficialmente apresentada e publicada no início de 2026, também busca promover a doação de órgãos em todos os centros, autorizando centros públicos e privados, e minimizar perdas evitáveis.
Para isso, os especialistas buscam gerenciar doadores de risco, como aqueles com sorologia positiva para o vírus da hepatite C, bem como aqueles com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), por meio de protocolos e documentos de consenso, integrando esses pacientes à rede de doação de forma segura.
Outra questão que preocupa a ONT tem a ver com o aumento das recusas de doação nos últimos anos, que passou de 13% dos casos em 2017 para 20% em 2024.
Por isso, foi desenvolvido um programa específico que consiste em avaliar o indicador de recusa; realizar um estudo retrospectivo; reforçar o treinamento por meio de entrevistas com familiares; fornecer informações individualizadas às minorias; criar pesquisas de base populacional; enfatizar as carreiras de bio-saúde e a educação secundária; e treinar registradores de diretivas antecipadas e atenção primária.
TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR VIVO
O segundo ponto da estratégia é aprimorar o transplante renal com doador vivo por meio de informações para pacientes e familiares, bem como para profissionais, mas que também é acompanhado pelo aprimoramento de questões "técnicas".
Também buscará realizar intercâmbios de rins de doadores vivos em nível europeu, sobretudo para encontrar órgãos compatíveis para os pacientes mais difíceis de transplantar.
Em relação a isso, o acesso a transplantes de rins de pessoas vivas está sendo otimizado por meio de iniciativas como o Projeto Atrae, cujos princípios se baseiam na colaboração entre centros de diálise e de transplante; na obtenção de um consenso sobre os critérios de inclusão e exclusão; na inclusão flexível na pré-diálise; na preparação para o transplante; e na harmonização dos critérios de aceitação renal.
Esta seção abordou tanto o problema do envelhecimento, incluindo pessoas mais velhas, quanto crianças pequenas, para as quais é mais difícil encontrar doadores compatíveis.
Outro ponto da estratégia é a melhoria da qualidade e da segurança na inovação, que inclui organoides e xenotransplante. Sobre essa última questão, Domínguez-Gil destacou que há apoio institucional, mas que se trata de um procedimento experimental que ainda está "longe de ser uma realidade".
Por fim, o plano inclui medidas para a profissionalização das equipes de coordenação de transplantes, que incluirão treinamento avançado em gestão e liderança, prevenção de esgotamento profissional, reconhecimento profissional e promoção de pesquisas.
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