Publicado 20/11/2025 09:12

Oncologistas pedem a incorporação de técnicas de diagnóstico molecular na abordagem do câncer de pâncreas em todas as Comunidades Au

Archivo - Arquivo - Pâncreas
PANUWAT DANGSUNGNOEN/ ISTOCK - Arquivo

MADRID 20 nov. (EUROPA PRESS) -

Oncologistas especializados em câncer de pâncreas do Grupo de Tratamento de Tumores Digestivos (TTD) pediram a incorporação das mais avançadas técnicas de diagnóstico molecular - como o sequenciamento genômico (NGS) e a biópsia líquida - na abordagem do câncer de pâncreas em todas as comunidades autônomas, a fim de garantir que "todos os pacientes possam se beneficiar de terapias personalizadas que já estão mudando o prognóstico em vários tumores digestivos".

No âmbito do Dia Mundial do Câncer de Pâncreas, os oncologistas explicaram que, nas últimas décadas, a expectativa de vida de muitos pacientes com câncer, especialmente o câncer colorretal, aumentou notavelmente graças à pesquisa e à incorporação de novos tratamentos.

No entanto, eles alertam que o progresso no câncer de pâncreas continua a ser mais lento. Para reverter essa tendência, os especialistas em TTD consideram prioritário padronizar o sequenciamento de tumores e a biópsia líquida como parte do diagnóstico de rotina.

"É preciso fazer esforços para implementar as mais recentes técnicas de diagnóstico na prática clínica diária. A inovação diagnóstica deve chegar a todos os hospitais do país", disse Fernando Rivera, presidente do Grupo TTD e chefe do Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário Marqués de Valdecilla, em Santander.

Assim, os especialistas destacam que, graças ao sequenciamento genômico, foram desenvolvidas terapias direcionadas que mudaram a história natural de alguns tumores. Exemplos como as terapias contra a mutação BRAF ou a instabilidade de microssatélites (MSI) no câncer colorretal, com melhorias na sobrevivência e na taxa de resposta, ilustram o potencial transformador da medicina de precisão.

"Tanto os especialistas quanto os pacientes concordam que os pacientes devem poder se beneficiar dos mais recentes desenvolvimentos em tratamentos de câncer mais cedo. E, para isso, precisamos incorporar essas técnicas desde os estágios iniciais", insiste Ruth Vera, vice-presidente do Grupo TTD e chefe do Serviço de Oncologia Médica do Hospital Universitário de Navarra.

DESIGUALDADE TERRITORIAL E ACESSO LIMITADO

Os oncologistas denunciam o fato de que o acesso aos testes genômicos no câncer de pâncreas ainda não está totalmente implementado, apesar de as diretrizes internacionais recomendarem o sequenciamento NGS em todos os pacientes com doença avançada.

Além disso, a TTD alerta que, na Espanha, o acesso a testes genômicos e terapias personalizadas é desigual entre as comunidades autônomas e até mesmo entre hospitais da mesma região.

"Sua aplicação não está totalmente integrada à prática clínica e depende em grande parte dos recursos e da estrutura de cada hospital. Os centros de referência geralmente têm suas próprias plataformas de sequenciamento, mas muitos hospitais periféricos não as têm ou dependem de acordos com projetos de pesquisa ou com a indústria farmacêutica", afirma a TTD.

Entre os fatores que explicam essa desigualdade estão a disponibilidade de recursos, os custos das plataformas de sequenciamento, a dependência de projetos de pesquisa e os longos tempos de resposta que reduzem a utilidade clínica em tumores agressivos, como os tumores pancreáticos.

"Essa situação gera desigualdades importantes no acesso à medicina de precisão, pois alguns pacientes não podem se beneficiar de terapias direcionadas ou participar de estudos clínicos não por razões clínicas, mas porque não têm o diagnóstico molecular adequado", insiste a TTD.

O encaminhamento desses pacientes, na maioria dos casos, para Unidades de Câncer Familiar ou Aconselhamento Genético é fundamental para melhorar o planejamento familiar e a individualização do tratamento.

Por esse motivo, Jorge Adeva, co-coordenador do grupo de trabalho Biliopancreático da TTD e oncologista do Hospital Universitário 12 de Octubre, em Madri, aponta a necessidade de fazer "um esforço coordenado" em nível nacional para padronizar o tipo de estudo molecular a ser realizado para cada paciente com câncer de pâncreas e garantir o acesso a ele (equidade na saúde).

Assim, recomenda a incorporação de protocolos específicos de sequenciamento, começando com o status mutacional do KRAS, com a possibilidade de acessar técnicas mais avançadas, como NGS e até mesmo biópsia líquida (com DNA tumoral circulante), se o caso exigir, tudo dentro do portfólio de serviços do Sistema Nacional de Saúde. Além disso, reforça "a importância de abordar especificamente o câncer hereditário, incluindo os genes BRCA e PALB2", ressalta Adeva.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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