Publicado 04/03/2025 09:31

Oncologistas denunciam a escassez de profissionais e a falta de um Registro Nacional de Câncer na Espanha

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MADRID 4 mar. (EUROPA PRESS) -

A presidente eleita da Organização Europeia do Câncer, Isabel Rubio, denunciou nesta terça-feira a escassez de profissionais de saúde na Espanha, bem como a falta de um Registro Nacional do Câncer, algo que, em sua opinião, é necessário para melhorar a abordagem dessa doença.

"Precisamos melhorar a crise dos profissionais de saúde, algo que afeta a Espanha e todos os Estados membros da UE. É importante que haja uma redução na burocracia para que mais profissionais entrem nos sistemas de saúde", explicou Rubio durante sua participação no XIII Fórum ECO 'Câncer na Espanha: realidade atual e desafios futuros', promovido pela Fundação para Excelência e Qualidade em Oncologia (ECO).

Durante o evento, um grupo de especialistas debateu os pontos fracos e fortes do sistema de saúde espanhol no combate ao câncer. Sobre esse ponto, a coordenadora da Unidade de Mama do Serviço de Oncologia do Hospital Universitário 12 de Octubre, Eva Ciruelos, concordou com a falta de profissionais.

"A situação atual é uma aberração. Temos que ajudar os pacientes e tentar fazer pesquisas, tudo isso em uma prática que carece de pessoal qualificado. Fazemos tudo o que podemos para ajudá-los, mas o sistema é complexo e hostil, não é hora de mais recursos, mas de uma melhor organização das estruturas", disse Ciruelos durante seu discurso.

FALTA DE UM REGISTRO NACIONAL

Os oncologistas também apontaram a necessidade de um Registro Nacional de Câncer, bem como de um Centro Nacional. "No momento, a Estratégia Nacional de Câncer do Sistema Nacional de Saúde não tem fundos. Além disso, precisamos de um Registro Nacional de Câncer, bem como de um Centro Nacional, já que a Espanha, juntamente com a Grécia, é o único país da UE que não tem um", alertou Isabel Rubio.

Sobre esse ponto, o chefe do Departamento de Oncologia Médica do Hospital Universitário Virgen Macarena, em Sevilha, Luis de la Cruz, também pediu um registro nacional: "Na Espanha, continuamos a progredir, mas não tão rápido quanto gostaríamos. Por esse motivo, precisamos de um registro nacional homogêneo para todas as comunidades autônomas".

De la Cruz também destacou o progresso feito no rastreamento do câncer, embora tenha lamentado o baixo número de exames de câncer colorretal na Espanha. "A conscientização nessa área é essencial. A população não está ciente da importância do câncer colorretal. Se conseguirmos melhorar essa triagem, a sobrevida dos pacientes aumentará exponencialmente", disse a especialista.

PLANO EUROPEU DE COMBATE AO CÂNCER

Durante a conferência, o vice-diretor da Direção Geral de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia, Philippe Roux, lembrou que, em 2020, 2,7 milhões de pessoas na União Europeia foram diagnosticadas com câncer e 1,3 milhão perderam a vida por causa da doença.

"As taxas de mortalidade, a incidência e a prevalência de fatores de risco diferem muito entre os países da UE. As taxas de mortalidade são consistentemente mais altas nos países da UE com níveis de renda mais baixos", disse Roux.

"O Plano Europeu de Combate ao Câncer visa abordar essas desigualdades em todo o processo contínuo de atendimento: prevenção e triagem, diagnóstico e tratamento", acrescentou.

Ele disse que "até o momento, mais de 90% das ações definidas no Plano de Combate ao Câncer foram concluídas ou estão em andamento". No entanto, Roux garantiu que o objetivo é continuar trabalhando em um Plano que "ainda não está concluído". "Muitas iniciativas foram lançadas, mas algumas ainda não deram frutos e, para colocá-las em prática, precisamos do apoio de todos", concluiu.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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