Publicado 01/12/2025 12:02

A OMS recomenda o uso de medicamentos GLP-1 para tratar a obesidade juntamente com dieta saudável e atividade física

Archivo - Arquivo - Injeção de 'Ozempic' para controlar os níveis de açúcar no sangue
IMYSKIN/ ISTOCK - Arquivo

Ele busca garantir o acesso equitativo e econômico a esses tratamentos medicamentosos para todos os pacientes.

MADRID, 1 dez. (EUROPA PRESS) -

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira sua primeira diretriz sobre o uso de terapias com peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) para tratar a obesidade, na qual recomenda esses medicamentos em adultos com obesidade como tratamento de longo prazo, em combinação com uma dieta saudável e a prática de atividade física.

"A obesidade é um dos mais graves problemas de saúde pública de nosso tempo. Globalmente, mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade e espera-se que esse número dobre até 2030. É uma doença crônica e recorrente que causa doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. No ano passado, ela foi associada a 3,7 milhões de mortes em todo o mundo", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa.

Os medicamentos GLP-1, incluindo liraglutide, semaglutide e tirzepatide, originalmente desenvolvidos para tratar o diabetes, foram aprovados por muitos países para o tratamento da obesidade. Em setembro passado, a OMS incluiu essas terapias em sua lista de medicamentos essenciais para o tratamento do diabetes tipo 2 em grupos de alto risco.

"Essas terapias fazem parte de uma estratégia holística baseada em três pilares. Primeiro, a criação de ambientes mais saudáveis por meio de políticas sólidas; segundo, a proteção das pessoas de alto risco por meio de detecção e intervenção precoces; e terceiro, a garantia de acesso a cuidados centrados na pessoa durante toda a vida para aqueles que vivem com obesidade", disse Adhanom.

A nova orientação inclui uma recomendação baseada em evidências de certeza moderada sobre o uso de terapias com GLP-1 para o tratamento de longo prazo, ou seja, por mais de seis meses, da obesidade em adultos, excluindo mulheres grávidas. Apesar da eficácia comprovada dos tratamentos, a recomendação é condicional devido à falta de dados sobre o uso em longo prazo, manutenção e descontinuação, custos atuais, preparação inadequada do sistema de saúde e possíveis implicações para a equidade.

DIETA E EXERCÍCIOS

"É essencial enfatizar que o uso de GLP-1 não substitui a necessidade de uma dieta saudável e de atividade física", enfatizou o diretor geral da OMS. Portanto, a diretriz inclui uma segunda recomendação, baseada em evidências de baixa certeza, que aconselha os adultos com obesidade aos quais foram prescritas terapias com GLP-1 a incluir uma dieta saudável e atividade física.

Nesse sentido, a diretriz enfatiza a necessidade de criar ambientes mais saudáveis por meio de políticas sólidas baseadas na população para promover a saúde e prevenir a obesidade; proteger as pessoas com alto risco de desenvolver obesidade e comorbidades relacionadas por meio de triagem direcionada e intervenções precoces estruturadas; e garantir o acesso a cuidados centrados na pessoa e ao longo da vida.

Adhanom reconheceu os desafios da introdução desses medicamentos, especialmente em termos de seu alto custo, e defendeu o trabalho para garantir um acesso equitativo e acessível. "Sem uma ação conjunta, esses medicamentos podem contribuir para aumentar a diferença entre ricos e pobres, tanto entre os países quanto dentro deles", alertou.

De fato, as projeções da OMS sugerem que, mesmo com uma rápida expansão da produção, as terapias com GLP-1 chegarão a menos de 10% das pessoas que poderiam se beneficiar até 2030. Por isso, Adhanom pediu à comunidade global que considere estratégias para ampliar o acesso, como compras conjuntas, preços diferenciados e licenciamento voluntário, entre outras.

Os representantes da organização internacional disseram que o novo guia é um documento vivo que será atualizado de acordo com as evidências e que seu desenvolvimento busca atender às demandas dos Estados membros e das sociedades civis. Eles também destacaram que um guia destinado a crianças com menos de 12 anos de idade será publicado na próxima semana.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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