MADRID 19 nov. (EUROPA PRESS) -
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que a expansão da inteligência artificial (IA) na área da saúde na Europa está ocorrendo sem as redes de segurança legais básicas necessárias para proteger pacientes e profissionais da saúde.
A inteligência artificial (IA) faz parte do trabalho cotidiano dos médicos na Europa, apoiando diagnósticos e reduzindo a burocracia administrativa, mas não há regulamentações legais ou éticas suficientemente fortes para a operação dessas tecnologias, alertou a OMS na quarta-feira.
A falta de salvaguardas não retardou o uso da IA nos sistemas de saúde na Europa, onde 32 países usam diagnósticos assistidos por IA, especialmente em imagens médicas; metade das nações incorporou chatbots para interação com pacientes; e 26 países identificaram áreas prioritárias para implantação.
Embora a IA esteja avançando rapidamente nos sistemas de saúde europeus, o estudo chama a atenção para a falta de responsabilidade quando essas tecnologias dão errado ou causam danos. Sobre esse ponto, o diretor geral da OMS para a Europa alertou sobre a falta de estratégias claras, privacidade de dados, estruturas legais e investimento em alfabetização em IA. "Sem todos esses elementos, corremos o risco de aprofundar as desigualdades em vez de reduzi-las", disse o Dr. Hans Kluge.
O relatório, baseado em pesquisas em 50 dos 53 estados-membros da região, mostra uma área em meio a uma transição para modelos de saúde mais digitais, mas marcada por grandes desigualdades em infraestrutura, conhecimento e recursos.
Embora quase todos os países reconheçam o potencial das novas tecnologias para transformar a assistência médica, apenas quatro deles têm uma estratégia nacional específica de IA para a saúde, e outros sete estão em processo de desenvolvimento.
O relatório destaca que a regulamentação da IA não está acompanhando o ritmo da tecnologia: quase nove em cada dez países citam a insegurança jurídica como o maior obstáculo para a adoção da inteligência artificial, e oito em cada dez citam restrições financeiras, enquanto menos de 10% têm padrões de responsabilidade que definem quem é responsável por erros ou danos causados por um sistema.
TRÊS PREOCUPAÇÕES
O relatório identifica três preocupações centrais na aplicação da IA nos sistemas de saúde: segurança do paciente, acesso equitativo e privacidade digital.
A IA depende de dados e, se os dados forem incompletos ou tendenciosos, as decisões serão incompletas ou tendenciosas, com o risco de diagnósticos perdidos, tratamentos incorretos ou desigualdades no acesso, argumenta a análise.
A OMS pede aos países da região europeia que desenvolvam estratégias alinhadas aos objetivos de saúde pública, fortaleçam as estruturas legais e éticas, treinem uma força de trabalho pronta para a IA, melhorem a governança dos dados e mantenham uma comunicação transparente com os cidadãos.
"A IA está pronta para revolucionar a assistência médica, mas sua promessa só será cumprida se as pessoas e os pacientes permanecerem no centro de todas as decisões", enfatiza o Dr. Kluge.
PLANO DE AÇÃO
A análise da OMS tem como ponto de partida o Plano de Ação de Saúde Digital para a Região Europeia 2023-2030, que define a estrutura para que os países adotem tecnologias digitais de forma segura, equitativa e centrada nas pessoas.
O Plano insiste em princípios fundamentais, como equidade, solidariedade e direitos humanos, e lembra que qualquer inovação tecnológica que amplie as lacunas existentes em vez de fechá-las não pode ser considerada um progresso real.
Nesse contexto, o MOs ressalta a importância de garantir a transferência de conhecimento e tecnologias entre países com diferentes graus de digitalização, enfatizando que, se essa condição não for atendida, as desigualdades já existentes entre os sistemas de saúde europeus serão acentuadas.
O Plano de Ação exige uma forte governança, liderança técnica e política e o fortalecimento das capacidades nacionais, o que implica melhorar a alfabetização digital, promover a operação coordenada de infraestruturas, garantir a qualidade dos dados e preparar os profissionais de saúde para trabalhar com novas ferramentas.
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