MADRID 17 nov. (EUROPA PRESS) -
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o método mãe canguru, que combina o contato prolongado pele a pele com a amamentação, para bebês prematuros e de baixo peso ao nascer, devido aos benefícios comprovados dessa técnica na sobrevivência da criança.
Especificamente, a OMS indicou que todos os bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer devem receber o método da mãe canguru imediatamente após o nascimento, a menos que não consigam respirar sozinhos ou que a pressão arterial e a circulação caiam para níveis perigosamente baixos, exigindo tratamento urgente.
Isso está definido em uma nova diretriz global de prática clínica para o cuidado da mãe canguru, publicada para marcar o Dia Mundial da Prematuridade. Nessa data, o órgão internacional lembrou que, a cada ano, 15 milhões de bebês nascem prematuramente, antes de 37 semanas de gestação, em todo o mundo.
Ele alertou que as complicações do nascimento prematuro são a principal causa de morte em crianças com menos de cinco anos de idade, embora haja diferenças dependendo do nível socioeconômico dos países, de modo que a maioria dos bebês nascidos prematuramente nos países mais pobres morre em poucos dias, enquanto quase todos sobrevivem nos países de alta renda.
Nesse contexto, ele destacou os benefícios comprovados do método da mãe canguru, que está associado a uma redução de mais de 30% na mortalidade neonatal, uma redução de quase 70% na hipotermia e uma redução de 15% nas infecções graves, além de um maior ganho de peso e melhor saúde e desenvolvimento cognitivo a longo prazo.
"O cuidado da mãe canguru não é apenas uma intervenção clínica: ele capacita as mães e as famílias e transforma o cuidado neonatal", disse o diretor-geral assistente da OMS para promoção da saúde, prevenção de doenças e cuidados com a saúde, Jeremy Farrar, que enfatizou que ele deve se tornar uma prática clínica "universal".
TAMBÉM PARA PAIS E OUTROS MEMBROS DA FAMÍLIA
Embora a OMS reconheça que as mães geralmente são as principais cuidadoras, ela observou que os pais e outros membros da família também podem aplicar a técnica se a mãe não puder fazê-lo, além de oferecer apoio emocional e prático.
O novo guia é destinado a profissionais de saúde, gerentes de instalações e cuidadores, e contém orientações detalhadas, passo a passo e adaptáveis para iniciar, manter e monitorar o método, que, segundo a OMS, pode ser praticado em todos os níveis das instalações de saúde, desde a sala de parto ou sala de cirurgia até as enfermarias pós-parto e unidades de terapia intensiva neonatal, além de ser continuado em casa.
O documento inclui orientações práticas sobre como prender o bebê na posição de mãe canguru, seja usando simples cobertores de pano, cintos elásticos ou roupas especialmente projetadas. Ele também descreve como os estabelecimentos de saúde criam ambientes propícios para o método por meio de políticas de apoio e treinamento da equipe. Além disso, observa que as abordagens centradas na família são cruciais para a implementação bem-sucedida do método, incluindo a garantia de que as mães possam estar sempre juntas no mesmo quarto que seus bebês.
PRIORIZANDO O ATENDIMENTO DE QUALIDADE
Neste Dia Mundial da Prematuridade, sob o tema "Um bom começo para um futuro promissor", a OMS pediu aos governos, sistemas de saúde e parceiros que priorizem o atendimento de qualidade para bebês prematuros e de baixo peso ao nascer. Para isso, a OMS solicitou a garantia de enfermarias ou instalações especializadas com equipes neonatais treinadas para oferecer cuidados contínuos, bem como o acesso universal a equipamentos e medicamentos essenciais, como antibióticos.
Como passam menos tempo no útero, muitos bebês prematuros têm pulmões, cérebros, sistemas imunológicos e capacidade termorreguladora subdesenvolvidos, o que aumenta o risco de infecções, hipotermia, problemas cardíacos, dificuldades respiratórias e outras complicações que ameaçam a vida.
"Nenhum recém-nascido deveria morrer de causas evitáveis", disse Per Ashorn, chefe da Unidade de Saúde e Desenvolvimento Neonatal e Infantil da OMS, que insistiu em fornecer a todos os bebês os cuidados especiais de que necessitam, bem como serviços de maternidade de qualidade que podem evitar muitos casos de parto prematuro.
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