MADRID 14 abr. (EUROPA PRESS) -
O oftalmologista do Hospital Quirónsalud Clideba, em Badajoz, Dr. Francisco Javier Fernández Perianes, alertou que o uso de dispositivos móveis é responsável por quase dobrar o número de casos de menores com miopia, além de ter uma influência "negativa" em outros aspectos relacionados à saúde, sono, socialização e desenvolvimento.
"Estamos observando um aumento significativo, quase o dobro, no número de crianças com miopia", explicou o Dr. Fernández Perianes, que atribuiu essa situação à iluminação excessiva dos dispositivos e à sua proximidade com os olhos.
O especialista destacou que as crianças que usam dispositivos móveis começam a apresentar uma perda de visão à distância a partir dos seis ou sete anos de idade, o que se deve ao uso prolongado da visão de perto, que impede que o olho se desenvolva em condições "ideais" para uma boa visão à distância.
Um desenvolvimento mais lento do aparelho visual acaba se manifestando em sintomas como vermelhidão, olhos secos, visão embaçada, dores de cabeça e desconforto nas pálpebras.
"Temos que ter em mente que os telefones celulares emitem luz intensa para um olho que ainda não está preparado para isso, portanto, a quantidade de luz que eles recebem em uma distância muito curta significa que o risco de miopia é muito maior", insistiu.
Fernández Perianes destacou que a "única medida eficaz" para evitar essa situação é impedir que os menores de idade usem dispositivos móveis ou restringir seu uso "consideravelmente", medidas endossadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por diferentes sociedades oftalmológicas e pediátricas.
Embora as recomendações variem de acordo com a idade e as horas de uso, os especialistas concordam que o uso de telas durante os três primeiros anos de vida deve ser inexistente, um limite que pode ser estabelecido em idades mais avançadas, pois quanto menos tempo as crianças ficarem expostas às telas, menor será a probabilidade de desenvolverem problemas oculares.
"Até os 16 anos, é importante usar as telas com responsabilidade e estabelecer limites de tempo, sempre com dispositivos analógicos ou sem conexão com a Internet, pois isso, entre muitos outros problemas, torna a criança muito mais fiel à tela, causando maiores danos aos seus olhos", acrescentou.
Se algum sintoma aparecer, o médico recomenda consultar um oftalmologista para verificar se há erros de refração, além de aconselhar a lubrificação dos olhos com lágrimas artificiais, usar boa iluminação e evitar reflexos.
Da mesma forma, ele enfatizou que a única maneira de corrigir essa patologia é por meio do uso de óculos, pois as opções cirúrgicas não podem ser consideradas até que o olho tenha completado seu desenvolvimento, o que geralmente ocorre aos 20 ou 21 anos de idade.
"Vamos ver se chega o momento em que todos nos conscientizamos de que as crianças pequenas não devem usar dispositivos se não quiserem estar condenadas a problemas de refração, que em muitos casos são irremediáveis, a menos que sejam corrigidos por cirurgia", concluiu.
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