MADRID 3 mar. (EUROPA PRESS) -
A especialista da Unidade de Córnea e Cristalino do Instituto Oftalmológico Fernández-Vega, Dra. Belén Alfonso Bartolozzi, alertou sobre uma série de anomalias que podem aparecer se os olhos não se desenvolverem corretamente durante a gravidez, que começa na terceira semana, com a formação de duas protuberâncias que acabam dando origem à estrutura do globo ocular.
Em alguns casos, podem ocorrer malformações como a microftalmia (que afeta um em cada 30.000 nascimentos) ou até mesmo a ausência total do globo ocular, conhecida como anoftalmia (um em cada 7.000); essas são duas patologias congênitas raras que podem levar à perda da visão ou até mesmo à cegueira em seus portadores.
Embora sejam causadas por uma mutação genética, o uso de medicamentos como a isotretinoína ou a talidomida durante a gravidez também pode causar essas condições.
No caso da microftalmia, o olho é "significativamente menor" devido a uma malformação durante o período embrionário, pois o globo ocular não atinge seu desenvolvimento completo e afeta a aparência física e a função visual, dependendo da gravidade da doença.
"Algumas crianças podem manter um grau reduzido de visão e, em muitas ocasiões, é aconselhável usar lentes corretivas e até mesmo remendos ou oclusões no olho saudável para incentivar o desenvolvimento do olho microftálmico. Entretanto, nos casos mais graves, isso pode levar à cegueira", explicou o Dr. Bartolozzi, por ocasião do Dia Mundial dos Defeitos Congênitos, que é comemorado nesta segunda-feira.
A anoftalmia, por outro lado, consiste na ausência total de tecido ocular na órbita e pode ser unilateral, quando o bebê nasce sem um olho, ou bilateral, quando ambos os olhos estão ausentes; é um tipo de malformação congênita que pode estar associada a outros problemas de desenvolvimento ou síndromes genéticas.
"Essa patologia resulta da parada do desenvolvimento ocular entre a quarta e a sétima semana de gestação. É definida como a falha na formação da vesícula óptica primária, uma estrutura essencial para a derivação do olho", acrescentou.
A especialista também ressaltou que já é possível identificar esses defeitos congênitos antes do nascimento do bebê, e que "os médicos podem diagnosticar essas doenças por meio de um exame de ultrassom durante o segundo trimestre da gravidez ou por meio de tomografia computadorizada ou testes genéticos", embora ela tenha enfatizado que há casos de anoftalmia que são identificados após o nascimento.
"Embora não haja como criar um novo olho ou restaurar completamente a visão das pessoas afetadas pela anoftalmia, é possível ajudar o crescimento da órbita ocular e estimular o desenvolvimento ósseo adequado do bebê por meio de um conformador. Esse dispositivo, que é uma estrutura plástica, deve ser trocado com frequência para ajudar a expandir a órbita ocular. Uma prótese ocular também pode ser implantada para evitar alterações na face", disse o médico.
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