Publicado 31/10/2025 09:02

Nova descoberta sobre o surfactante pulmonar abre caminho para terapias mais eficazes para doenças respiratórias

Archivo - Arquivo - Medicamentos para o pulmão
MI-VIRI/ ISTOCK - Arquivo

MADRID 31 out. (EUROPA PRESS) -

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Laue-Langevin, em Grenoble (França), e do grupo BIOMIL/BIOPHYS-Hub da Universidade Complutense de Madri (UCM) conseguiu revelar informações sobre a estrutura e a organização do surfactante pulmonar, o material lipoproteico que reveste os alvéolos e facilita a respiração, o que abre novas possibilidades para terapias mais eficazes para doenças respiratórias.

Durante o estudo, publicado no Journal of Colloid and Interface Science, os cientistas criaram filmes de surfactante em uma interface ar-líquido, simulando as condições alveolares, para analisar em tempo real como o filme interfacial respondia à compressão e à expansão, como ocorre nos ciclos respiratórios.

Os resultados mostraram que, durante a compressão, ocorre uma transição de monocamada para multicamada no filme de superfície, o que permitiu identificar a função específica de cada proteína, além de confirmar que a proteína SP-B é responsável por conduzir a formação e a estabilização de estruturas lipídicas tridimensionais na interface ar-líquido, um processo "fundamental" para manter os espaços aéreos do pulmão abertos.

Além disso, dados de alta resolução sobre a estrutura e a composição desses filmes foram obtidos com "velocidade e qualidade sem precedentes", tudo isso usando a técnica de refletometria de nêutrons.

Essas descobertas representam um avanço que oferece novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para pacientes com distúrbios pulmonares causados pela deficiência de surfactante, um problema para o qual ainda não existe uma terapia "completamente satisfatória".

A deficiência de surfactante também ocorre em bebês prematuros, que ainda não produziram uma quantidade funcional, o que dificulta a abertura dos pulmões e a respiração.

Embora a modelagem atual sugira que as proteínas SP-B e SP-C sejam cruciais para a formação de estruturas lipídicas complexas na superfície alveolar, até o momento não há evidências experimentais diretas.

Essas proteínas representam menos de 1% da massa total do surfactante, mas a SP-B é vital para a vida, enquanto a ausência da SP-C está associada a sérios problemas respiratórios de longo prazo.

Apesar dessas descobertas, muitos aspectos do funcionamento do sistema de surfactante pulmonar permanecem desconhecidos, pois há grande dificuldade em reproduzir esse sistema complexo em laboratório, especialmente devido à "extrema hidrofobicidade" das proteínas essenciais, o que complica seu isolamento e caracterização.

Os pesquisadores também destacaram o potencial da colaboração multidisciplinar entre biologia, física e tecnologia para desvendar os segredos de sistemas biológicos complexos.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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