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MADRID 18 dez. (EUROPA PRESS) -
A coordenadora do Grupo de Estudos sobre Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas Relacionadas da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN), Dra. Ana Belén Caminero, pediu nesta quinta-feira que se fortaleça o diagnóstico precoce e o atendimento integral aos pacientes com esclerose múltipla.
"Queremos reafirmar nosso compromisso de tentar melhorar o atendimento às pessoas com esclerose múltipla, promover o diagnóstico precoce, o acesso igualitário ao tratamento e a promoção da pesquisa. Quatro aspectos que consideramos básicos na luta contra essa doença. A esclerose múltipla é uma doença complexa, mas controlável. E se tivermos um sistema social e de saúde coordenado, poderemos transformar significativamente a evolução e a qualidade de vida das pessoas que vivem com ela", disse Caminero.
De acordo com dados da própria SEN, a doença já afeta mais de 55.000 pessoas na Espanha, um número 15% maior do que há 15 anos, o que Caminero atribuiu principalmente ao aprimoramento das técnicas de diagnóstico e detecção precoce, bem como a tratamentos mais eficazes.
Apesar disso, ele reconheceu uma incidência maior causada por mudanças nos hábitos de vida da população espanhola, afetando a vida profissional, social, familiar e emocional das pessoas que convivem com a doença. Até 83% das pessoas com esclerose múltipla acabam deixando seus empregos prematuramente ou enfrentam sérias dificuldades para acessar o mercado de trabalho.
O diagnóstico de esclerose múltipla tem um impacto econômico "significativo", com cada família afetada gastando cerca de 7.000 euros por ano nos estágios iniciais da doença e mais de 18.000 euros nos estágios mais avançados, pois exige não apenas atendimento médico contínuo, especializado e multidisciplinar, mas também uma estrutura social capaz de oferecer reabilitação física e cognitiva, apoio psicológico e recursos para a autonomia pessoal.
"As diferenças nos recursos, nos circuitos de atendimento e no acesso aos serviços de reabilitação fazem com que a experiência dos pacientes varie consideravelmente, dependendo da comunidade autônoma em que vivem. Pode até depender do momento do diagnóstico", acrescentou.
As estimativas da organização mostram que, em 44% dos casos, são os próprios membros da família que assumem o papel de cuidadores primários, o que, em muitos casos, também os obriga a abandonar seus empregos.
"Os cuidadores informais têm altos níveis de ansiedade, estresse e depressão, o que mostra que a esclerose múltipla afeta toda a família e não apenas a pessoa diagnosticada", acrescentou Caminero.
Por todos esses motivos, a SEN enfatizou a importância de detectar a esclerose múltipla precocemente e, assim, modificar seu curso e até mesmo prevenir futuras incapacidades.
Para isso, é preciso reforçar a identificação precoce dos sintomas, melhorar os circuitos de encaminhamento da atenção primária e dos departamentos de emergência e acelerar o acesso aos testes diagnósticos, que nos últimos anos passaram por vários avanços após a identificação de diferentes biomarcadores.
Embora nos últimos anos o arsenal terapêutico para pessoas com esclerose múltipla "tenha permitido mudar o prognóstico da doença" em muitos pacientes, ele lamentou que sua disponibilidade na Espanha seja desigual e que dependa de cada território.
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