Publicado 10/06/2025 05:54

Mulheres fumantes têm maior probabilidade de sofrer efeitos colaterais durante o tratamento do câncer de mama

Archivo - Arquivo - Mulher fumante, tabaco, cigarro
GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO / MARCO FALKOWSKI

MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -

Mulheres fumantes têm maior probabilidade de sofrer efeitos colaterais durante o tratamento de radioterapia para câncer de mama, de acordo com um estudo liderado pela Dra. Ana Díaz Gavela, chefe associada do Departamento de Oncologia de Radioterapia do Hospital Universitário Quirónsalud Madrid.

A pesquisa, publicada na revista 'Radiation Oncology', demonstrou que o tabagismo exacerba "significativamente" a toxicidade crônica nesse tipo de paciente, mesmo em técnicas avançadas que reduzem os efeitos colaterais, como a radioterapia modulada por intensidade hipofracionada (IMRT), o que ressalta a importância da implementação de programas de cessação do tabagismo como parte do tratamento do câncer.

Depois de analisar 566 pacientes tratadas com radioterapia hipofracionada e técnicas de irradiação contemporâneas, como a IMRT, o Dr. Díaz Gavela explicou que, embora ambos os grupos de mulheres apresentassem um perfil de tolerância aguda semelhante, as que fumavam apresentavam maior toxicidade crônica, com um risco "maior" de sofrer dor nas mamas, fibrose ou adesão tecidual a longo prazo.

"A fibrose e a dor são efeitos colaterais que afetam significativamente a qualidade de vida das pacientes tratadas. E o que observamos é que, embora o benefício na tolerância proporcionado pela radioterapia moderna seja inegável, essa melhoria tecnológica não compensa os danos causados pelo tabaco nos tecidos saudáveis", acrescentou.

É por isso que ele insistiu na importância de parar de fumar, embora acredite que seja "mais interessante" não iniciar um hábito que "não só tem um impacto negativo" na toxicidade do tratamento do câncer a longo prazo e na recuperação dos pacientes, mas também significa que os pacientes que continuam a fumar têm um risco maior de desenvolver segundos tumores, seja de mama, pulmão ou cabeça e pescoço.

Por outro lado, ele enfatizou que as novas técnicas de irradiação, como IMRT ou tratamentos hipofracionados, permitem tratar a doença em "muito menos sessões" do que no passado, obtendo os mesmos resultados oncológicos com menos efeitos colaterais locais na pele.

"No passado, submetíamos as pacientes com câncer de mama a tratamentos de 25 sessões em que as irradiávamos com 50 Grays (unidade de medida da dose absorvida de radiação ionizante). Hoje, com os tratamentos hipofracionados, podemos oferecer até 26 Grays em apenas cinco sessões de radioterapia com os mesmos resultados. Esse é um avanço fundamental que melhora a qualidade de vida dos pacientes", concluiu o pesquisador.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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