Publicado 12/11/2025 06:56

MSF retoma as operações de busca e resgate no Mediterrâneo central

Imagem de arquivo do barco de busca e resgate de MSF, 'Oyvon'.
LISA VERAN

MADRID 12 nov. (EUROPA PRESS) -

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta quarta-feira a retomada de suas atividades de busca e resgate no Mediterrâneo central, quase um ano depois de ter sido obrigada a encerrar as operações com seu último navio, o 'Geo Barents', e diante do aumento de mortes e naufrágios de embarcações com migrantes a bordo nos últimos meses.

"Como uma organização médica e humanitária, nosso compromisso de estar presente no mar e apoiar as pessoas em movimento é inabalável", disse Juan Matías Gil, representante do projeto de busca e resgate de MSF, em um comunicado. MSF confirmou agora que o barco 'Oyvon' foi adaptado em Valência para realizar operações em uma das rotas migratórias mais mortais do mundo.

Assim, a organização declarou que seu objetivo é "resgatar aqueles que estão em perigo no mar, forçados a fazer travessias em embarcações sem condições de navegabilidade, depois de terem suportado condições deploráveis e desumanas, detenção, abuso e extorsão na Líbia".

A organização deplorou as políticas "restritivas" contra resgates no mar e disse que a ONG foi forçada a suspender as atividades em dezembro de 2024, depois de mais de dois anos operando sob as leis e políticas italianas, que ela criticou.

"O decreto Piantedosi e a prática de alocação de portos distantes. Essas regras restritivas tornaram inviável a operação do 'Geo Barents'. Apesar de sua capacidade de transportar até 700 pessoas, essas políticas não permitem mais de um resgate", afirma o texto.

A embarcação foi forçada a "retornar ao porto com uma lista de passageiros que normalmente tem apenas cerca de 50 sobreviventes". Além disso, "as autoridades italianas designaram repetidamente o navio para portos distantes, causando travessias cada vez mais longas que agravaram o sofrimento e as condições dos sobreviventes", disse a ONG.

MSF lamentou que essas políticas "minam a capacidade das embarcações de busca e resgate de oferecer assistência para salvar vidas". "A decisão de MSF de operar um barco menor e mais rápido é uma resposta estratégica às leis e práticas restritivas e obstrutivas impostas pelo governo italiano, que visam especificamente os navios de resgate humanitário", explicou.

Nos últimos meses, houve um aumento nos ataques violentos em águas internacionais por parte da Guarda Costeira da Líbia e de outros grupos armados contra pessoas que atravessam o Mediterrâneo, bem como contra embarcações de resgate humanitário.

A tripulação de MSF inclui um médico e uma enfermeira para oferecer cuidados médicos em situações de risco de vida e tratar pessoas com hipotermia, inalação de combustível, queimaduras por combustível, bem como por ferimentos que possam ter sofrido no ciclo de abuso e detenção na Líbia, observa o documento.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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