MADRID 11 abr. (EUROPA PRESS) -
A ministra da Saúde, Mónica García, comemorou o "sucesso" do Plano Estratégico para o Enfrentamento da Hepatite C no Sistema Nacional de Saúde (PEAHC) após dez anos de sua aprovação, destacando os "benefícios a longo prazo" desse tipo de estratégia, apesar das "críticas" que seu departamento recebe quando propõe planos semelhantes.
"Muitas vezes, quando propomos diferentes estratégias do Ministério, uma das críticas é que será letra morta, não vemos os benefícios a longo prazo desses planos", enfatizou García durante a apresentação do evento para comemorar o décimo aniversário do Plano, que foi realizado nesta sexta-feira no Ministério da Saúde.
O ministro lamentou que os resultados desse tipo de ação "sejam desejados agora". "Estamos em um mundo no qual queremos resultados agora e no qual não somos capazes de visualizar, pelo menos do ponto de vista político, os resultados de longo prazo que estamos buscando", acrescentou.
Por outro lado, García agradeceu às pessoas que trabalharam para que o Plano fosse aprovado em 2015. "Com Juan Rodés à frente e, claro, com os médicos Agustín Albillos, María Buti e Javier Crespo, que eram membros do comitê científico", acrescentou.
Nesse ponto, ele lembrou que antes da aprovação do Plano "houve muito debate" sobre a eficiência dos medicamentos e o custo. "Um custo que, dez anos depois, estamos vendo os resultados", disse ele.
A PREVALÊNCIA NA ESPANHA É DE 0,12%.
A Espanha tem uma das prevalências mais baixas de infecção ativa pelo HCV no mundo. Em 2022, foi estimada em 0,14% (aproximadamente 54.500 pessoas), se forem excluídos os grupos de exposição e/ou situações de risco, a porcentagem na população em geral cai para 0,12% (cerca de 45.000 casos), dos quais se estima que menos de um terço (aproximadamente 13.000 pessoas) permaneça sem diagnóstico.
O ministro também informou que, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2024, um total de 172.312 pacientes foram tratados com antivirais de ação direta (DAAs), alcançando uma eficácia terapêutica de 94,81%.
Quanto aos desafios, García garantiu que o objetivo é eliminar a hepatite C até 2030, conforme estabelecido na Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
MEDIDAS EFICAZES
Por sua vez, o coordenador da Aliança para a Eliminação das Hepatites Virais na Espanha (AEHVE), Javier García-Samaniego, afirmou que, após os resultados obtidos nos últimos dez anos, esse Plano é "o melhor do mundo".
"As medidas que foram implementadas mudaram o curso de uma doença como a hepatite C, que estava causando estragos em nosso país e que agora está perto de ser eliminada", explicou García-Samaniego.
Nesse sentido, ele enfatizou que, nesses 10 anos, uma doença crônica "com uma carga impressionante de morbidade" foi transformada em uma "infecção residual" na Espanha. "Esse é apenas o número principal, porque também reduzimos a mortalidade por hepatite C, não temos mais pacientes com doença hepática em estágio terminal nas enfermarias de nossos hospitais", disse ele.
"A hepatite C era a principal causa de câncer de fígado e não é mais, assim como não é mais a principal causa de transplante de fígado em nosso país, melhorando assim a eficiência dos programas de transplante e favorecendo", comemorou.
SÃO NECESSÁRIAS MAIS INFORMAÇÕES DOS PACIENTES
Durante a conferência, especialistas e pacientes destacaram as conquistas alcançadas desde a implementação do Plano. Assim, o hepatologista Javier Crespo, que fez parte do comitê científico do Plano Estratégico para Hepatite C, disse que essa estratégia era uma "necessidade absoluta".
"Já sabíamos que havia medicamentos que curavam os pacientes porque os testes clínicos, que começaram em 2010-2011, tiveram resultados extraordinários", disse ele.
Da mesma forma, o especialista enfatizou que um dos pontos importantes do Plano é que em 2015 muitas pessoas se reuniram e "queriam chegar a um acordo". "Acreditávamos que estávamos em um momento histórico porque poderíamos chegar a um acordo para curar os doentes", acrescentou.
Apesar do Plano, Crespo destacou que "duas coisas continuam a ser feitas regularmente", pois considera que as informações disponíveis sobre os pacientes são "muito poucas".
"Acho que poderíamos ter obtido muito mais informações e dado uma lição a nós mesmos e ao mundo sobre como era a doença e como ela evoluiu com esse tratamento. Acho que estávamos muito perto de ter um registro da mais alta qualidade", disse ele.
"VIVENDO GRAÇAS A UMA PÍLULA
Além disso, um dos pacientes que participou da conferência foi o ator Carmelo Gómez, que contraiu a doença após uma operação de apendicite em sua infância. Em 2016, ele começou a receber medicação antiviral, que curou a patologia.
"Tenho a ilusão de viver graças a uma pílula. Naquela época, eu estava fazendo teatro, quando o milagre apareceu. E, de repente, a vida voltou para mim. Eu não a sentia há muito tempo. Eu tinha muita vitalidade e força", explicou ela.
O ator também agradeceu o papel daqueles que conseguiram elaborar o Plano: "Para mim e para todos nós que fomos salvos graças a todo o esforço que vocês fizeram, é um motivo para sermos gratos pela vida. E eu já tenho esse Deus, que são todos vocês", concluiu.
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