MADRID 5 mar. (EUROPA PRESS) -
A ministra da Saúde, Mónica García, pediu a eliminação de todos os tabus, estereótipos e preconceitos em torno da menopausa, que tradicionalmente tem sido vivida como "o fim de uma etapa", e que se continue a oferecer a visibilidade, a informação, o apoio e o reconhecimento que as mulheres "merecem".
Foi o que ela disse nesta quarta-feira durante o evento 'Vamos falar sobre a menopausa', que o Ministério da Saúde realizou como parte do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e no qual a ministra enfatizou que lidar com uma questão que acontece com 50% da população "não deve ser excepcional".
"Uma das exigências históricas do feminismo é falar, nos tornarmos visíveis e contar nossas experiências, contar os preconceitos que cada uma de nós sofreu em nossas vidas e parar de falar sobre a menopausa como se fosse um tabu. Passamos do tabu da menstruação para o tabu da menopausa. Parece que estamos sempre indo de tabu em tabu, sem sermos o jogo do tabu", ressaltou.
Com relação à menopausa, ela insistiu que "há tantas mulheres quanto há" e que essa é uma experiência "tão individual" quanto qualquer outra. Sobre esse ponto, ela detalhou que há mulheres que enfrentam a menopausa com sintomas, os quais, segundo ela, são "muito pouco estudados, muito pouco diagnosticados, muito pouco seguidos e muito pouco acompanhados", enquanto outras mulheres a vivenciam com "libertação".
García reiterou que, na menopausa, "não se trata tanto do que termina, mas do que começa", pois é um ciclo vital que corresponde a um terço da vida de uma mulher, no qual ela deixa a área reprodutiva e "invisível" na qual esteve "encaixotada" por muitos anos. "Temos que ter cuidado com as mulheres com mais de 50 anos e com tudo o que temos a dizer e queremos dizer", enfatizou.
PRECONCEITO DE GÊNERO NA MEDICINA
Por outro lado, Mónica García destacou que a medicina tem tido "um viés histórico de gênero" do qual há "infinitos" exemplos, como ansiedade, ansiolíticos, histeria, processos psicológicos ou ataques cardíacos, e que se manifesta na taxa de subdiagnóstico, que chega a 30% a 50% entre as mulheres, bem como na medicalização excessiva.
"Há muito mais estudos sobre disfunção erétil do que sobre reprodução feminina. Coincidentemente? Há sete vezes mais estudos sobre esperma do que sobre oócitos. Coincidência?", questionou ela sobre as evidências científicas de preconceito de gênero.
A esse respeito, ela acrescentou que as mulheres sempre foram colocadas em "caixas", "rótulos" ou "dicotomias" nas quais elas se movimentaram "a vida toda". Por exemplo, ela indicou que a menopausa é geralmente associada à falta de libido e ao fato de não estar no processo reprodutivo que a sociedade espera, mas insistiu que, na realidade, é um "momento absolutamente espetacular da vida".
Do ponto de vista clínico, ela enfatizou que o Sistema Nacional de Saúde está sendo transformado para oferecer às mulheres um tratamento "verdadeiramente personalizado e multidisciplinar" que, além do tratamento para a mulher que precisa, também oferece apoio e informações.
Apesar disso, ela destacou que "também houve um grande avanço" e "as barreiras estão sendo derrubadas", um aspecto pelo qual devemos "agradecer mil vezes ao feminismo". "Vamos passar do silêncio à visibilidade, vamos passar do tabu à informação, vamos passar a nos reivindicar, a nos amar, a gostar de nós mesmas e a nos tornar visíveis como as mulheres poderosas que somos (...). Precisamos umas das outras, precisamos umas das outras juntas, precisamos umas das outras de forma interdependente. Vamos falar sobre a menopausa e vamos falar sobre as mulheres", concluiu.
Nesse contexto, ela se referiu à campanha "Vamos falar sobre a menopausa", lançada pelo Ministério da Saúde para "naturalizar", "conscientizar" e "aumentar o conhecimento" sobre a menopausa e os problemas de saúde que afetam as mulheres nessa fase, e para a qual foi criado o site "https://hablemosdelamenopausia.es/", com mais materiais de campanha, informações e conselhos socio-sanitários.
"Queríamos fazer a nossa parte, aprender com todas as mulheres, que é uma das coisas que aprendemos ao longo de nosso ciclo de vida, que é como aprendemos uns com os outros, como somos interdependentes, como criamos uma sociedade na qual nos entendemos, nos ouvimos, nos entendemos e nos comunicamos com o resto da sociedade para fazer com que nossas particularidades sejam compreendidas", destacou.
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