Os idosos têm uma percepção melhor do atendimento médico espanhol do que os jovens
MADRID, 3 jul. (EUROPA PRESS) -
Quarenta e nove por cento dos espanhóis acreditam que o sistema de saúde não está preparado para lidar com o envelhecimento da população, um fenômeno que anda de mãos dadas com o aumento de doenças crônicas, como câncer e doenças cardiovasculares, de acordo com um relatório da beBartlet, baseado em uma pesquisa realizada pela Cluster17 e em colaboração com a Daiichi Sankyo.
Apenas 41% da população acredita que o sistema está preparado e 9% são neutros, como explicou Pablo Simón, cientista político, especialista em análise de dados e membro do Cluster17, durante uma coletiva de imprensa.
Essa percepção tem uma "diferença interessante" entre os jovens e os mais velhos, pois apenas 26% das pessoas de 18 a 24 anos acreditam que o sistema está preparado, em comparação com 59% do grupo de 64 a 75 anos.
"As pessoas mais velhas têm uma percepção melhor do sistema do que as mais jovens. Isso não é surpreendente. Os não usuários do sistema tendem a ser mais críticos do que os usuários", acrescentou Simón.
Por sua vez, o vice-presidente da Plataforma de Organizações de Pacientes, Tomás Castillo, destacou que o sistema de saúde está conseguindo reduzir a taxa de mortalidade de doenças como o câncer para que se tornem patologias crônicas.
Ele também considerou que nenhum sistema de saúde está preparado para o envelhecimento da população e a cronificação das doenças, pois esses são fenômenos que "nunca aconteceram antes".
UM FOCO MAIOR NA CRONIFICAÇÃO
O chefe do Departamento de Oncologia do Hospital Fuenlabrada, Dr. Juan Guerra, lamentou que as políticas de saúde atuais sejam de "curto prazo" e se concentrem em "conseguir votos", quando o que é necessário é uma "visão de futuro" para a saúde, especialmente com os alertas contínuos sobre o envelhecimento da população e a cronificação das patologias.
A Espanha será particularmente afetada por essa situação, juntamente com o Japão, como afirmou a diretora geral da Daiichi Sankyo Espanha, Inmaculada Gil, e é que ambos os países terão a população mais longeva até 2040, de acordo com estimativas da revista 'The Lancet'.
Os espanhóis perceberam a necessidade de melhorar a preparação do sistema de saúde para doenças crônicas, o que requer um foco maior no atendimento ao paciente, razão pela qual 73% da população considerou "urgente" fortalecer a atenção primária, seguida pela hospitalização em casa (44%) e serviços de reabilitação (42%).
Essas mudanças também devem abordar as diferenças territoriais no atendimento, com 82% dos 1.608 entrevistados observando desigualdades na qualidade dos serviços de saúde, dependendo da comunidade autônoma em que vivem.
O presidente da Sociedade Catalã de Lípides e Arteriosclerose, Dr. Lluís Masana, também apontou a escassez de médicos e enfermeiros no sistema de saúde, o que já está afetando a evolução para um sistema de atendimento e monitoramento de pacientes.
ENVELHECER COM SAÚDE
Durante a conferência, foi enfatizada a necessidade de as pessoas serem "capazes de envelhecer com saúde" e a necessidade de "morrer jovem, mas o mais tarde possível", afirmações às quais 54% dos entrevistados se mostraram favoráveis e que defendem a promoção do envelhecimento saudável para aliviar a carga sobre o Sistema Nacional de Saúde (NHS).
Embora a maioria da população tenha valorizado positivamente a integração de hábitos e estilos de vida saudáveis para alcançar esse objetivo, com exercícios físicos (61%), dieta balanceada (55%) e redução do estresse (49%) sendo as principais prioridades para os pesquisados, são os jovens que percebem isso de forma mais positiva.
No entanto, uma grande parte dos espanhóis acredita que não tem informações suficientes para prevenir doenças cardiovasculares ou câncer, com apenas 27% dizendo que receberam informações sobre patologias cardiovasculares nos últimos seis meses, um número que sobe para 37% na faixa etária acima de 75 anos.
Essas informações são recebidas principalmente em centros de atendimento primário e campanhas institucionais, sendo que os profissionais de saúde (50%) são os que mais fornecem informações, enquanto as redes sociais (8%) ainda têm um impacto limitado.
A mídia tradicional continua a ser importante nesse sentido, com 32% recebendo esse tipo de mensagem no caso da televisão, 26% no caso da imprensa escrita e 21% no caso do rádio.
Enquanto 65% e 59% dos entrevistados identificaram um estilo de vida sedentário e o tabagismo, respectivamente, como fatores de risco para doenças cardiovasculares, outros elementos, como o colesterol LDL alto, foram mencionados por apenas 36%.
Com relação ao câncer, apenas 31% afirmaram ter recebido informações sobre prevenção nos últimos seis meses, com foco especial na faixa etária de 50 a 64 anos (37%), que é a mais visada pelas campanhas, pois é geralmente nessa idade que o risco de câncer começa a aumentar.
Nesse caso, os profissionais de saúde (44%) e as campanhas publicitárias (46%) são os meios mais eficazes de distribuir essas mensagens, com o impacto da mídia tradicional semelhante ao das doenças cardiovasculares, como no caso das redes sociais.
Enquanto 77% identificaram o tabagismo como um fator de risco e outros 70% fizeram o mesmo com a herança genética, apenas 41% apontaram uma dieta não saudável. Outros 40% associaram o problema à radiação ultravioleta; 19% ao estilo de vida sedentário; e 18% ao consumo de álcool.
Cinquenta e cinco por cento dos entrevistados acreditam que o acesso a medicamentos ou terapias avançadas é o "principal desafio" no combate ao câncer e às doenças cardiovasculares, seguido pela redução das listas de espera para diagnóstico, exames e tratamento.
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