Publicado 09/05/2025 13:35

Medicusmundi adverte que a falta de enfermeiros pode levar a uma crise de saúde global

Imagem de uma enfermeira.
MEDICUSMUNDI

MADRID 9 maio (EUROPA PRESS) -

A Medicusmundi alertou na sexta-feira sobre a escassez de enfermeiros em todo o mundo, assegurando que, se não forem tomadas medidas, essa situação pode levar a uma crise global de saúde.

Foi o que disse por ocasião do Dia Mundial dos Enfermeiros, que será comemorado em 12 de maio. A Medicusmundi lembra que, se acrescentarmos a escassez de enfermeiros já existente, "o mundo enfrentará um déficit de 10,6 milhões de enfermeiros em 2030", conforme afirma o Conselho Internacional de Enfermeiros.

De acordo com a organização, a enfermagem é a "espinha dorsal" do setor de saúde. No entanto, ela afirma que, "hoje mais do que nunca", esse setor está enfrentando uma crise global que ameaça a sustentabilidade dos sistemas de saúde em todo o mundo.

A Medicusmundi aponta que um dos fatores críticos por trás dessa escassez é o envelhecimento da força de trabalho. Estima-se que 17% dos enfermeiros do mundo se aposentarão na próxima década. Isso significa que devemos dobrar nossos esforços para treinar e recrutar mais 4,7 milhões de enfermeiros se não quisermos retroceder", diz a organização, que reconhece que "a falta de atratividade da profissão para os jovens, devido às más condições de trabalho, oportunidades limitadas de desenvolvimento de carreira e falta de reconhecimento social, cria uma lacuna difícil de preencher".

Isso é agravado pelo aumento das taxas de evasão. Durante a pandemia, 90% das associações nacionais de enfermagem expressaram preocupação com o esgotamento, o estresse prolongado, a ansiedade psicológica, as cargas de trabalho excessivas e a falta de recursos, observa a Medicusmundi.

Essas condições levaram um número cada vez maior de enfermeiros a abandonar a profissão e muitos outros a considerar seriamente a possibilidade de deixá-la, afirmam.

ESPANHA: ENTRE AVANÇOS HISTÓRICOS E DESAFIOS URGENTES

A organização enfatiza que a enfermagem na Espanha está passando por um "momento-chave". Por um lado, as recentes mudanças legislativas representam um "progresso histórico", como a extensão das competências (prescrição de medicamentos), a melhoria das condições de trabalho, a segurança jurídica e o estabelecimento de proporções mínimas de enfermeiros por paciente. "Essas reformas abrem oportunidades para fortalecer o sistema de saúde e dar reconhecimento profissional à enfermagem", acrescentam.

Mas, por outro lado, eles alertam que os desafios estruturais persistem. De acordo com os dados mais recentes apresentados pelo Conselho Nacional de Enfermagem, a Espanha precisa incorporar 123.000 profissionais de enfermagem para atingir a média europeia, uma situação que piorou nos últimos anos (o relatório anterior situava a escassez de profissionais de enfermagem em 95.000).

"Além disso, o aumento da demanda por cuidados devido ao envelhecimento da população e as más condições de trabalho incentivam as pessoas a abandonar a profissão", aponta a organização.

A organização também destaca que a Espanha, com 6,3 enfermeiros por 1.000 habitantes, ainda está abaixo da média europeia de 8,5 enfermeiros por 1.000 habitantes, e "os níveis insuficientes de pessoal comprometem a qualidade do atendimento". "A isso se soma o envelhecimento da força de trabalho, com uma porcentagem significativa de profissionais com mais de 50 anos, especialmente nas áreas rurais", enfatizam.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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