Publicado 01/08/2025 13:49

Medicina rural enfrenta déficit de recursos e oferta desigual, alerta pesquisa da SEMG

Archivo - Arquivo - Adolescente no consultório médico
MEDIAPHOTOS/ISTOCK - Arquivo

MADRID 1 ago. (EUROPA PRESS) -

54,6% dos médicos da zona rural e 69,9% de seus colegas da zona urbana percebem a falta de recursos e a desigualdade de oferta para a prática da saúde em áreas rurais, observando que as principais deficiências estão no número de funcionários, bem como nos recursos tecnológicos e equipamentos disponíveis.

É o que revela a pesquisa de âmbito nacional sobre Medicina Rural realizada pela Sociedade Espanhola de Médicos Gerais e de Família (SEMG) nos últimos meses, com a participação de mais de mil profissionais de todo o país. Os primeiros resultados foram apresentados pelo presidente da SEMG Galícia, Albert Foo, durante a Reunião de Verão da Associação de Médicos da Galícia (Asomega).

A pesquisa aponta que a profissão rural está "envelhecendo", mas tem "raízes" importantes, já que quase um terço dos médicos rurais tem mais de 20 anos de experiência. Apesar dos desafios, 93,6% se identificam como médicos rurais e 78,7% estão satisfeitos com seu trabalho. "A vocação, o vínculo com a comunidade e a autonomia clínica reforçam sua lealdade, embora a transferência de gerações seja iminente", disse Foo.

Entre os dados mais alarmantes, a pesquisa revela a falta de integração da medicina rural no ensino; apenas 40,6% dos médicos rurais participam do treinamento de estudantes, mais da metade dos centros localizados nessas áreas não estão integrados ao circuito de treinamento universitário e, com relação ao MIR (residente médico interno), apenas 23,2% atuam como tutores credenciados.

Além disso, os profissionais rurais lamentam a falta de valorização por parte das instituições; 77,6% desses médicos consideram que não recebem o devido reconhecimento por parte da administração. Em contrapartida, há reconhecimento entre os profissionais, com 86,4% dos médicos rurais e 89% dos médicos urbanos concordando que trabalhar em áreas rurais envolve mais esforço.

"Esse reconhecimento interprofissional legitima a urgência de políticas diferenciadas para compensar essa sobrecarga", ressaltou o presidente do SEMG Galícia, que também apontou a necessidade de mais treinamento para trabalhar em áreas rurais, algo que 78,2% dos médicos rurais e 74,9% dos médicos urbanos dizem.

PROJETO RENOVADO

Em seu discurso, a presidente do SEMG, Pilar Rodríguez Ledo, apresentou o Registro Nacional de Centenários (Projeto RENACE), uma iniciativa da sociedade para estudar o envelhecimento a partir de múltiplas dimensões: demográfica, epidemiológica, clínica, biológica (com coleta de amostras), contextual, assistencial e social.

O estudo, que foi inicialmente pilotado em 2011, busca descobrir o motivo pelo qual algumas pessoas, especialmente em áreas rurais, chegam aos 100 anos de idade em condições funcionais decentes. A hipótese subjacente ao RENACE é que a população centenária tem fenótipos clínicos específicos, biomarcadores e polimorfismos genéticos característicos, que permitem uma longevidade extrema e saudável, livre de deficiências.

Rodríguez Ledo detalhou que a Unidade de Pesquisa Clínica de Lugo ofereceu o ambiente ideal para o desenvolvimento do projeto, fornecendo apoio profissional, metodológico e ético. Além disso, a presença de uma população centenária estável na província de Lugo abre uma oportunidade excepcional para estudar o envelhecimento saudável em um ambiente rural real. "Isso nos permite integrar dados clínicos, funcionais e sociais, avançar para a criação de biobancos e formar coortes rurais vivas", disse ele.

Em suma, o presidente do SEMG terminou reivindicando o valor diferencial da Galícia como referência em longevidade e lançando uma mensagem que resume o espírito do projeto e seu compromisso com o território. "Entender e acompanhar a longevidade rural é também reconhecer, cuidar e aprender com aqueles que sustentam a vida há um século", enfatizou.

4ª BOLSA DE MEDICINA RURAL

Durante a reunião, foi entregue a IV Bolsa de Medicina Rural Asomega e SEMG, com a colaboração da Menarini, à iniciativa 'Plan de Actuación Integral Salud Natural del Macizo Central: Manzaneda-Chandrexa de Queixa', implementada por uma grande equipe multidisciplinar.

O projeto vencedor propõe uma "revolução silenciosa" no coração do Maciço Central com ações como hortas intergeracionais, recuperação de receitas tradicionais saudáveis, exercícios adaptados e estreita colaboração com escolas, farmácias e associações locais. Seu objetivo é transformar os desafios do despovoamento e do envelhecimento em "motores de bem-estar, coesão social e orgulho rural".

Além disso, uma intervenção comunitária para prevenir a fragilidade em idosos dos centros de saúde de A Rúa e Vilamartín de Valdeorras (Ourense) foi reconhecida com um prêmio de segundo lugar. Os representantes da SEMG transmitiram pessoalmente a todos os premiados suas mais sinceras felicitações e sua enorme gratidão por realizarem projetos tão necessários como esses no interior da Galícia.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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