Publicado 26/11/2025 10:00

Mais da metade dos pacientes apresenta sintomas antes de a dor de cabeça se manifestar como uma enxaqueca

Archivo - Arquivo - 45% das mulheres com enxaqueca têm ansiedade e até 44% sofrem de depressão
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MADRID 26 nov. (EUROPA PRESS) -

Mais da metade dos pacientes apresenta sintomas antes que a dor de cabeça se manifeste em uma enxaqueca, embora apenas entre 10% e 30% apresentem os mesmos sintomas em cada uma de suas enxaquecas, de acordo com o primeiro documento elaborado pela Fundação Espanhola de Cefaleia (FECEF), destinado a pacientes e familiares com o objetivo de ajudar a dar uma resposta a essa doença neurológica.

"Quando pensamos em uma crise de enxaqueca, tendemos a associá-la apenas à dor de cabeça em si. No entanto, a dor é apenas um dos sintomas mais incapacitantes, já que a enxaqueca se desenvolve em quatro fases: a fase premonitória, a aura (presente apenas em alguns pacientes, geralmente visual), a fase da dor propriamente dita e, finalmente, a fase pós-drômica ou 'ressaca'", explica a Dra. Ana Gago-Veiga, membro do Comitê Científico e de Publicações da FECEF, membro do Grupo de Estudos de Cefaleias da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN) e autora desta informação.

De todas elas, a fase premonitória merece atenção especial, pois é o primeiro sinal de que o ataque está prestes a começar e pode se iniciar até 48 horas antes da dor. "Nesse estágio inicial, o cérebro do paciente funciona de forma diferente", explica o Dr. Gago-Veiga.

"Essa ativação gera os chamados sintomas premonitórios, que são diferentes para cada paciente, que tem seus próprios padrões de sintomas", diz ela.

Alguns dos mais comuns são as mudanças de caráter: irritabilidade, tristeza, apatia ou, ao contrário, euforia ou hiperatividade; fadiga ou sonolência; dificuldade de concentração; bocejos repetidos; rigidez ou desconforto no pescoço; mudanças no apetite ou aumento da sede; aumento da sensibilidade à luz, ao ruído ou a cheiros; mudanças na temperatura corporal: sensação de frio ou calor; e sintomas de pré-aviso, mas cada enxaqueca varia.

A maioria dos pacientes apresenta de três a quatro sintomas por episódio que, além disso, podem não se repetir em cada ataque; apenas de 10% a 30% dos pacientes apresentam os mesmos sintomas em cada uma de suas enxaquecas. "Alguns deles não evoluem (como euforia ou hiperatividade), enquanto outros evoluem (como fadiga ou dificuldade de concentração) e se intensificam à medida que o ataque se aproxima. Em suma, nem todos os pacientes podem prever suas crises da mesma maneira", diz ela.

O CHOCOLATE DESENCADEIA A ENXAQUECA?

Durante anos, determinados alimentos ou situações foram considerados gatilhos da enxaqueca, mas pesquisas recentes mostram que, em muitos casos, esses são sintomas premonitórios mal interpretados. Por exemplo, diz o Dr. Gago-Veiga, "o desejo de comer chocolate ou doces não causa o ataque, mas é uma consequência dele: a ativação de regiões do cérebro relacionadas ao prazer e à recompensa gera o desejo".

A existência desses sintomas premonitórios é desconhecida para muitas pessoas, portanto, conhecê-los e entendê-los pode ajudar a reduzir a ansiedade e a sensação de imprevisibilidade da enxaqueca, possibilitando antecipar a crise e gerenciá-la melhor, evitando restrições desnecessárias.

Para a Dra. Gago-Veiga, essa fase premonitória pode representar uma janela terapêutica; "estudos recentes mostraram que intervir durante essa fase pode prevenir ou atenuar a dor em até dois terços dos casos, mas mesmo assim apenas um terço consegue antecipar mais da metade de seus ataques", diz ela.

Atualmente, ele conclui, "métodos de previsão mais objetivos estão sendo investigados, como pulseiras que registram variáveis hemodinâmicas, biomarcadores na saliva ou no sangue, alterações na linguagem ou padrões eletroencefalográficos. Os primeiros estudos mostram alta precisão, embora essas ferramentas ainda não estejam disponíveis na prática clínica de rotina".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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