HUELVA 11 dez. (EUROPA PRESS) -
Mais de 270 cientistas do CSIC, universidades e centros de pesquisa de toda a Espanha aderiram ao manifesto, coordenado pelo WWF, para pedir à ministra da Transição Ecológica e Desafio Demográfico, Sara Aagesen, que "também ouça a ciência, suspenda a demarcação aprovada e crie um comitê técnico-científico independente para elaborar uma nova proposta com base no abundante conhecimento científico acumulado sobre Doñana".
De acordo com o WWF em um comunicado à imprensa, o Ministério, por meio da Direção Geral da Costa e do Mar, aprovou uma nova demarcação que classifica uma parte substancial do Parque Nacional de Doñana como pântanos de maré. De acordo com essa "interpretação errônea", pelo menos dois terços dos pântanos do Parque Nacional deixariam de ser considerados pântanos de água doce e passariam a ser definidos como uma área de inundação diária pelas águas do estuário do Guadalquivir, o que, na opinião da organização, "representaria uma séria ameaça à integridade ecológica de Doñana".
"Essa decisão contradiz todos os estudos científicos desenvolvidos ao longo de décadas que demonstram inequivocamente que seus pântanos são zonas úmidas de água doce de origem pluvial-fluvial, essenciais para a biodiversidade da Europa e da África", insistiram.
Portanto, o manifesto argumenta que "Doñana é, e deve continuar sendo, uma zona úmida de água doce e sua natureza não pode ser reinterpretada contra a evidência científica ou perdida por uma decisão administrativa errônea".
"Rejeitamos categoricamente a demarcação proposta pelo Ministério da Transição Ecológica, porque ela reflete uma grave ignorância do funcionamento ecológico de Doñana, dá as costas ao abundante conhecimento científico e representa uma séria ameaça aos últimos pântanos de água doce protegidos e reconhecidos internacionalmente", afirma o secretário geral do WWF Espanha, Juan Carlos del Olmo.
Na opinião dos mais de 270 signatários e do WWF, essa proposta de limite "ignora a realidade física, ecológica e histórica de Doñana e pode ter consequências irreversíveis: a perda de seus valiosos pântanos de água doce e a profunda alteração de seus ecossistemas mais valiosos, protegidos por legislação nacional e internacional (Parque Nacional, Unesco, Ramsar, Rede Natura 2000)".
Por esse motivo, a comunidade científica solicita à ministra Sara Aaegesen que suspenda a demarcação aprovada e crie um comitê técnico-científico independente, formado por especialistas de reconhecido prestígio, para revisar os critérios aplicados e "elaborar uma nova proposta de demarcação com base no conhecimento científico acumulado sobre Doñana".
O WWF Espanha apresentou um recurso de reconsideração contra essa resolução de demarcação, sobre o qual o Ministro da Transição Ecológica deve se pronunciar antes de 13 de dezembro.
Além disso, a demarcação também foi rejeitada pela maioria do Conselho de Participação de Doñana, que apresentou um relatório negativo em uma sessão extraordinária realizada em 16 de outubro.
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