MADRID 26 dez. (EUROPA PRESS) -
Antecipar a aplicação da imunoterapia à quimiorradioterapia aumenta a sobrevida livre de progressão em 13% em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) de estágio III irressecável, ou seja, aqueles que não são candidatos à cirurgia, de acordo com pesquisa do Grupo Espanhol de Câncer de Pulmão (GECP).
Atualmente, os pacientes nessa situação recebem tratamento inicial baseado em quimiorradioterapia (RT-QT) seguido de imunoterapia (IO) com durvalumabe, conhecido como tratamento padrão. O estudo "APOLO" de fase II do GECP explorou a possibilidade de adicionar uma fase de indução com quimioimunoterapia para testar seus efeitos no controle da doença e na sobrevida dos pacientes.
Para isso, os pesquisadores envolveram 38 pacientes de 17 hospitais espanhóis. De acordo com o presidente do GECP, os resultados do estudo, publicados na "Nature Communications", "são positivos" e indicam que o avanço da imunoterapia "pode gerar uma resposta antitumoral mais potente e duradoura, sem aumentar a toxicidade".
Após um acompanhamento médio de quase 30 meses, o estudo mostra que 68,4% dos pacientes permaneceram livres de progressão em um ano, um resultado estatisticamente forte e maior do que os 55% esperados como mínimo no estudo. Metade dos pacientes ainda estava livre de recaídas em dois anos. Além disso, a sobrevida global foi de 86,8% em um ano e 60,5% em dois anos, maior do que em estudos anteriores com tratamento padrão.
"UM PASSO MAIS PERTO" DOS TRATAMENTOS PERSONALIZADOS
Mariano Provencio destacou a melhora nos resultados desses pacientes e confirmou que os resultados apoiam mais pesquisas sobre essa abordagem. Alberto Cruz, pesquisador do Instituto de Pesquisa em Saúde do Hospital Puerta de Hierro, manifestou-se no mesmo sentido, enfatizando que esse é "mais um passo" em direção a tratamentos personalizados e mais eficazes.
O estudo também analisou vários biomarcadores, como a expressão de PD-L1, a carga mutacional do tumor (TMB) e o DNA tumoral circulante (ctDNA). Os pesquisadores do GECP observaram que uma redução no ctDNA após a fase de indução estava associada a uma melhor sobrevida, o que abre a porta para o uso desse marcador no sangue para monitorar a resposta e ajustar o tratamento.
Em termos de segurança, o tratamento foi bem tolerado e os eventos adversos graves observados foram semelhantes aos do tratamento padrão. Além disso, apenas cinco por cento dos pacientes apresentaram toxicidade significativa durante a fase de manutenção.
"O estudo APOLO demonstra que essa estratégia é viável e segura, mesmo em pacientes com doença localmente avançada inoperável. Esperamos confirmar os resultados em futuros estudos randomizados com um número maior de pacientes", disse Alberto Cruz.
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