MADRID 25 nov. (EUROPA PRESS) -
O professor da Universidade de Girona (UdG) e diretor da Cátedra UdG-Dexcom, Dr. Josep Vehi, declarou que a Inteligência Artificial (IA) pode ajudar os pacientes com diabetes tipo 1 a prever a resposta glicêmica, bem como a otimizar o controle metabólico durante e após o exercício físico.
"Saber como a glicemia (glicose no sangue) se comporta, e prever seu curso, em uma pessoa com diabetes em situações de exercício intenso continua sendo um desafio e um desafio tanto para os pacientes e suas famílias quanto para os profissionais de saúde que se dedicam à abordagem do diabetes (...) a IA pode se tornar uma ferramenta muito poderosa para apoiar a tomada de decisões personalizadas", disse o Dr. Vehi.
O objetivo de um estudo clínico iniciado pela UdG-Dexcom Chair e pelo MICELab (UdG), com o apoio da EUSES e do Hospital Dr. Josep Trueta, é garantir que essa função de IA chegue aos pacientes. A primeira fase do estudo foi concluída "com sucesso" após a realização de uma rota de ciclismo em cascalho em Girona, com equipamentos de medição preparados especificamente para a ocasião.
Trinta pessoas participaram do evento (21 com diabetes e nove no grupo de controle), com uma implantação técnica e humana significativa para coletar os dados necessários, que combinam indicadores de diferentes sensores com amostras biológicas (saliva, sangue e urina) para detectar alterações no nível molecular de biomarcadores conhecidos ou desconhecidos.
Cada participante carregava um monitor contínuo de glicose Dexcom G7, medidores de potência nos pedais da bicicleta, um monitor de frequência cardíaca e um dispositivo GPS para pedalar durante o teste.
"Como o percurso tem cerca de 70 quilômetros, procuramos participantes que praticam exercícios regularmente e, para garantir sua segurança, pedimos uma avaliação médica esportiva tipo 2 favorável. Além disso, priorizamos pessoas que estivessem acostumadas a usar monitores contínuos de glicose e, na medida do possível, com experiência anterior em ciclismo", explicou o coordenador do estudo e professor da Universidade de Girona, Aleix Beneyto.
A decisão de realizar o teste apenas em pessoas com diabetes tipo 1 responde ao fato de que esse é o grupo no qual o gerenciamento da insulina durante o exercício é "mais delicado" e onde a variabilidade glicêmica "pode ser maior". Enquanto isso, a escolha do ciclismo como esporte foi justificada como tendo "várias vantagens científicas e logísticas" que permitem a coleta de dados de "qualidade excepcional" em condições reais.
GERANDO FERRAMENTAS ÚTEIS PARA PACIENTES COM DIABETES 1
"Queremos que esse conhecimento ajude a gerar ferramentas úteis para pessoas com diabetes tipo 1 e, por esse motivo, planejamos divulgar os resultados por meio de publicações, comunicações em congressos e também devolvendo os resultados aos próprios participantes e às associações de pacientes", acrescentou Beneyto.
O risco de hipoglicemia e hiperglicemia durante e após a prática intensa de esportes em pessoas com diabetes tipo 1 não é apenas alto, mas pode ter consequências imprevisíveis e importantes.
O exercício é uma das atividades com maior impacto sobre a glicemia e seu controle, pois muitas mudanças fisiológicas desafiadoras podem ocorrer durante o exercício, como mudanças rápidas na absorção de glicose pelos músculos ativos, alterações na absorção de insulina ou ingestão adicional de carboidratos.
"Tudo isso aumenta o risco de hipoglicemia e hiperglicemia, tanto durante quanto após o exercício, e até mesmo por vários dias depois", alertou Vehi.
A complexidade do controle da glicemia durante o exercício cria "muita incerteza" e faz com que as pessoas com diabetes relutem em praticar atividades físicas regulares, apesar de seus claros benefícios à saúde.
"Atualmente, não há diretrizes únicas que qualquer pessoa com diabetes possa seguir para se exercitar com segurança", alertou o especialista, lamentando que existam apenas documentos de consenso e recomendações que oferecem regras gerais, mas que "deixam muito espaço" para interpretação.
Além disso, muitos desses documentos de consenso foram elaborados com base em estudos sobre glicemia e exercícios realizados em contextos altamente controlados em hospitais ou com protocolos de curta duração, que "nem sempre" refletem as condições reais em que as pessoas treinam no dia a dia.
É por isso que essa iniciativa se concentra no exercício prolongado em condições reais, especialmente na faixa de intensidade moderada-alta, que continua sendo "um grande desafio" para esse tipo de paciente.
"Conhecer detalhadamente como a glicemia evolui durante e após o exercício é essencial para poder projetar estratégias mais seguras e personalizadas", disse o Prof. Vehi, ressaltando que isso permitiria um melhor ajuste da terapia com insulina, personalização da ingestão de carboidratos além dos critérios gerais e uma redução no risco de eventos perigosos.
Apesar de tudo, ele reconheceu que esse ensaio clínico é uma tarefa "complexa" que envolve muitos profissionais e instituições e que, para levá-lo "a uma conclusão bem-sucedida", é importante receber apoio institucional, que, nesse caso, "tem sido excelente".
"Contar com o apoio de entidades de saúde, da Universidade de Girona, de empresas locais e poder fazê-lo no âmbito da Cátedra UdG-Dexcom significa garantir os recursos tecnológicos e humanos necessários, ter o rigor científico e clínico necessário e ter projeção e impacto na população. Essa combinação nos incentiva a continuar realizando ações desse tipo", concluiu.
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