MADRID 15 abr. (EUROPA PRESS) -
Mais da metade da matéria normal (metade dos 15% da matéria do universo que não é matéria escura) não pode ser explicada pelas estrelas brilhantes e pelo gás que observamos.
Entretanto, novas medições parecem ter encontrado essa matéria ausente na forma de gás hidrogênio ionizado muito difuso e invisível, que forma um halo ao redor das galáxias e é mais volumoso e extenso do que os astrônomos pensavam.
As descobertas não apenas resolvem um conflito entre as observações astronômicas e o modelo mais bem testado da evolução do universo desde o Big Bang, mas também sugerem que os buracos negros maciços nos centros das galáxias são mais ativos do que se pensava anteriormente, ejetando gás muito mais longe do centro galáctico do que o esperado - cerca de cinco vezes mais longe, de acordo com os cientistas por trás da descoberta.
"Acreditamos que, à medida que nos afastamos da galáxia, recuperamos todo o gás perdido", disse em um comunicado Boryana Hadzhiyska, pesquisadora de pós-doutorado da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e primeira autora de um artigo que relata as descobertas. "Para sermos mais precisos, precisamos fazer uma análise completa com simulações, o que ainda não fizemos. Queremos fazer um trabalho minucioso.
"As medições são certamente consistentes com a descoberta de todo o gás", disse sua colega, Simone Ferraro, cientista sênior do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab) e da Universidade da Califórnia em Berkeley, que detectou indícios desse extenso halo de hidrogênio ionizado em análises publicadas há três anos.
Os resultados do estudo, que contou com a coautoria de 75 cientistas de instituições de todo o mundo, foram apresentados em conferências científicas recentes, foram publicados como uma pré-impressão no arXiv e estão sendo revisados por pares na revista Physics Research Letters.
SETE MILHÕES DE GALÁXIAS
No novo artigo, os pesquisadores estimaram a distribuição do hidrogênio ionizado ao redor das galáxias sobrepondo imagens de aproximadamente 7 milhões de galáxias - todas a cerca de 8 bilhões de anos-luz da Terra - e medindo a leve atenuação ou brilho do fundo cósmico de micro-ondas causado pelo espalhamento da radiação por elétrons no gás ionizado, o chamado efeito cinemático Sunyaev-Zel'dovich.
As imagens de galáxias utilizadas - todas galáxias vermelhas luminosas - foram obtidas pelo Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI) no Mayall Telescope de 4 metros do Kitt Peak National Observatory em Tucson, Arizona.
As medições da radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB) ao redor dessas galáxias foram feitas pelo Atacama Cosmology Telescope (ACT) no Chile, que fez as medições mais precisas até hoje da CMB antes de sua desativação em 2022.
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