Publicado 10/04/2025 09:03

Galáxias "ocultas" podem ser a prova final do enigma do universo

As manchas na imagem são galáxias individuais ou grupos de galáxias. Entretanto, a imagem está tão saturada que quase não há espaço vazio, e as galáxias mais fracas se misturam à luz de fundo do mapa.
CHRIS PEARSON ET AL./RAS

MADRID, 10 abr. (EUROPA PRESS) -

Os astrônomos voltaram no tempo para encontrar o que parece ser uma população de galáxias ocultas que pode ser a chave para desvendar alguns dos segredos do universo.

Se a existência dessas galáxias for confirmada, isso abalaria os modelos atuais do número e da evolução das galáxias, de acordo com um comunicado da Royal Astronomical Society (RAS) britânica.

As possíveis galáxias também poderiam fornecer a peça-chave do quebra-cabeça sobre a geração de energia no universo em luz infravermelha.

Isso porque sua luz combinada seria suficiente para completar o balanço de energia do universo até o máximo que observamos, o que explicaria toda a emissão de energia restante nesses comprimentos de onda longos.

A possível evidência da existência das galáxias foi detectada na imagem mais profunda do universo em comprimentos de onda de infravermelho distante, que inclui quase 2.000 galáxias distantes e foi criada por uma equipe de pesquisadores liderada pelo STFC RAL Space e pelo Imperial College London.

POPULAÇÃO DE GALÁXIAS COMPLETAMENTE NOVA

O Dr. Chris Pearson, do STFC RAL Space, é o principal autor de um dos dois artigos publicados na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. "Esse trabalho levou a ciência com o Herschel ao seu limite absoluto, explorando muito além do que normalmente podemos ver com clareza e potencialmente revelando uma população totalmente nova de galáxias que contribuem para a luz mais fraca que podemos observar no Universo", diz ele.

A equipe de pesquisa criou sua visão profunda do Universo sobrepondo 141 imagens usando dados do instrumento SPIRE no Observatório Espacial Herschel, uma missão da Agência Espacial Europeia que operou entre 2009 e 2013.

O Campo Escuro Herschel-SPIRE resultante é a imagem mais profunda do céu no infravermelho distante: cinco vezes mais profunda do que a observação anterior mais profunda do Herschel e pelo menos duas vezes mais profunda do que qualquer outra área do céu observada pelo telescópio.

A sobreposição das imagens permitiu que os astrônomos vissem as galáxias mais poeirentas, onde a maioria das novas estrelas do cosmos é formada.

Isso também permitiu que eles monitorassem como o número de galáxias muda com o brilho e medissem a contribuição de cada uma delas para o balanço total de energia do universo.

Entretanto, a imagem era tão profunda e detectou tantas galáxias que os objetos individuais começaram a se fundir e a se tornar indistinguíveis uns dos outros.

Isso dificultou a extração de informações, de acordo com Thomas Varnish, estudante de doutorado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e principal autor do segundo artigo. "Usamos técnicas estatísticas para contornar essa saturação, analisando as partes mais difusas da imagem para explorar e modelar a distribuição subjacente de galáxias não discerníveis individualmente na imagem original", explicou Varnish, que conduziu sua pesquisa como estudante de graduação no Imperial College London e como bolsista no RAL Space.

O que eles encontraram foi uma possível evidência de uma população completamente nova e desconhecida de galáxias fracas, oculta na imagem desfocada, fraca demais para ser detectada por métodos convencionais na análise original. Se confirmada, essa nova população destruiria todos os nossos modelos atuais de número e evolução de galáxias.

Os pesquisadores esperam agora confirmar a existência do possível novo grupo de galáxias usando telescópios em outros comprimentos de onda. Seu objetivo é decifrar a natureza desses objetos fracos e empoeirados e sua importância no grande esquema da evolução do nosso universo.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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