MADRID 7 maio (EUROPA PRESS) -
A Fundação CRIS Contra o Câncer está liderando dois projetos para o tratamento do câncer de ovário com base em "anticorpos inteligentes", ou seja, anticorpos conjugados a medicamentos (ADC) que atacam apenas as células tumorais, preservam o tecido saudável do paciente e bloqueiam o crescimento do tumor.
O câncer de ovário é um dos maiores desafios da oncologia, pois a maioria dos casos é diagnosticada tardiamente, quando a doença já se espalhou pelo corpo e as opções terapêuticas são mais limitadas. Nesse sentido, as terapias ADC oferecem esperança ao combinar anticorpos, que são moléculas biológicas capazes de reconhecer proteínas tumorais, com a eficácia de medicamentos muito potentes.
Um dos projetos do CRIS permitiu que os pesquisadores identificassem uma proteína que está presente principalmente em células de câncer de ovário e quase não está presente em células saudáveis. Essa descoberta permitiu que os especialistas desenvolvessem uma terapia ADC capaz de reconhecer e destruir com eficácia as células tumorais, poupando as células saudáveis.
Testes com essa terapia em modelos celulares, usando células de câncer de ovário humano e animais, mostraram que os tumores crescem muito menos, mesmo em células metastáticas obtidas de pacientes reais e que são muito mais agressivas.
Esse novo ADC demonstrou ser seguro e potente em baixas doses, o que facilitaria seu desenvolvimento como uma nova terapia e poderia até ser mais eficaz do que outros tratamentos atualmente disponíveis.
"O fato de que o tratamento pode funcionar até mesmo em células metastáticas é uma excelente notícia, porque é justamente a doença disseminada que é o grande desafio no câncer de ovário", disse o Dr. Atanasio Pandiella, codiretor do Projeto de Câncer de Ovário do CRIS.
DIMINUIÇÃO DA VELOCIDADE DE DIVISÃO DAS CÉLULAS TUMORAIS
A outra linha de pesquisa na qual os pesquisadores estão trabalhando é uma segunda proteína, também presente no câncer de ovário. Com base em um anticorpo já conhecido e aprovado para outros tipos de tumores, eles desenvolveram um novo tratamento, também na forma de um ADC, que bloqueia a capacidade de divisão das células tumorais e provoca sua morte.
Essa terapia demonstrou grande eficácia na redução do crescimento do tumor em modelos experimentais, induzindo a morte celular em menos de 24 horas. Esse ADC interfere no processo de multiplicação celular, que é usado pelas células tumorais para crescer de forma incontrolável.
Os dois projetos mostraram resultados muito promissores em laboratório e a equipe de pesquisa está trabalhando no desenvolvimento de um anticorpo patenteado para avançar para futuros testes clínicos, com o objetivo de levar os benefícios obtidos ao hospital e aos pacientes o mais rápido possível.
Além disso, os pesquisadores estão explorando a possibilidade de usar esses anticorpos como uma ferramenta de prognóstico, para que, a partir de amostras de sangue, ou seja, de uma biópsia líquida, eles possam ter certeza de que o paciente está respondendo às terapias.
Se essa estratégia for confirmada, será possível não apenas tratar o câncer de forma mais eficaz, mas também monitorar a resposta dos pacientes de forma simples e menos invasiva, por meio do estudo dessa proteína com um simples exame de sangue.
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