Publicado 11/04/2025 09:36

Fóssil de 160 milhões de anos ilustra a evolução dos parasitas

Juracanthocephalus (a, visão geral; b, reconstrução artística) e comparação com o Acanthocephala atual (c). Barras de escala: 2,0 mm (a, b), 0,5 mm (c).
YANG DINGHUA

MADRID 11 abr. (EUROPA PRESS) -

Um fóssil de 160 milhões de anos, descoberto na região chinesa da Mongólia Interior, fornece informações sobre a origem e a evolução dos vermes parasitas.

O estudo, realizado por pesquisadores do Nanjing Institute of Geology and Palaeontology of the Chinese Academy of Sciences (NIGPAS), foi publicado na revista Nature.

O fóssil recém-identificado, Juracanthocephalus, pertence a um grupo de parasitas conhecidos como vermes de cabeça espinhosa. Esses organismos endoparasitas habitam ecossistemas marinhos e terrestres em todo o mundo.

Com cerca de um a dois centímetros de comprimento, o Juracanthocephalus tem um corpo fusiforme dividido em três partes distintas: probóscide, pescoço e tronco. Os pesquisadores acreditam que esse antigo parasita provavelmente habitava anfíbios e outros hospedeiros.

GANCHOS CURVOS PARA SE FIXAR EM SEU HOSPEDEIRO

Sua probóscide retrátil tem ganchos curvos e endurecidos que a teriam ancorado firmemente no trato digestivo de seu hospedeiro. Seu corpo era coberto por 32 sulcos que agiam como "tiras antiderrapantes" naturais para ajudá-lo a permanecer firmemente ancorado nos intestinos do hospedeiro.

Mais notavelmente, os pesquisadores descobriram um intrincado mecanismo de mandíbula próximo à frente de seu tronco, composto de várias estruturas semelhantes a dentes que aumentam de tamanho posteriormente, semelhante a um moedor de carne em miniatura. Os pesquisadores especulam que esse aparelho de mandíbula era usado principalmente para processar nutrientes dos tecidos do hospedeiro.

O pesquisador do NIGPAS, Wang Bo, disse que essa descoberta fornece evidências tangíveis para desvendar o antigo mistério das origens dos acantocéfalos.

"Esses parasitas podem infectar uma grande variedade de hospedeiros, incluindo humanos, porcos, cães, gatos e peixes. Anteriormente, como e quando esse estranho grupo de parasitas evoluiu de um ancestral de vida livre e não endoparasitário sempre foi um mistério", disse Wang.

Wang observou que a estrutura da mandíbula do Juracanthocephalus se assemelha à dos rotíferos ancestrais, enquanto sua probóscide em forma de gancho apresenta semelhanças claras com os acantocéfalos modernos. Isso demonstra claramente que eles evoluíram de rotíferos de vida livre, desenvolvendo estruturas cranianas especializadas para se adaptarem à vida parasitária, o que os torna um elo crucial na transição evolutiva.

Além disso, a descoberta desafia a crença popular sobre o habitat onde esses parasitas evoluíram inicialmente. Enquanto os acantocéfalos modernos são predominantemente marinhos, o Juracanthocephalus foi encontrado em depósitos terrestres, o que sugere que esses parasitas podem ter se adaptado primeiro a animais terrestres antes de colonizar ambientes marinhos, acrescentou Wang.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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