MADRID 10 mar. (EUROPA PRESS) -
A biodiversidade é extensa e floresce nas profundezas da Fossa das Marianas, que chega a 11.000 metros, apesar das condições extremas de pressão.
Em sua última edição, a revista Cell publicou um artigo de capa que revela sistematicamente as características ecológicas da zona hadal em profundidades superiores a 6.000 metros.
Essas descobertas marcam os resultados mais recentes do Projeto de Pesquisa Ambiental e Ecológica da Fossa das Marianas (MEER), uma colaboração lançada em 2021 pela Universidade Shanghai Jiao Tong, o Instituto de Ciência e Engenharia do Mar Profundo (IDSSE) da Academia Chinesa de Ciências, o Grupo BGI e outras instituições científicas chinesas.
Nosso estudo não apenas redefine nossa compreensão dos limites da vida no fundo do mar, mas também revela um "manual de sobrevivência extrema" escrito ao longo de centenas de milhões de anos de evolução", explicou o Dr. Xun Xu, diretor da BGI-Research, o braço de pesquisa científica do BGI Group.
A ZONA HADAL
A zona hadal, embora cubra apenas 1-2% do fundo do oceano, representa os 45% mais profundos da profundidade vertical do oceano. É um reino de condições extremas, onde a imensa pressão, a escuridão total, as fontes limitadas de alimentos e as temperaturas quase congelantes criam um ambiente comumente considerado habitável para apenas alguns organismos especializados.
As descobertas revelaram uma extraordinária diversidade de microrganismos do hadal, com mais de 7.564 genomas de nível de espécie recém-identificados, quase 90% dos quais nunca haviam sido documentados em bancos de dados públicos.
Os microrganismos desenvolveram um conjunto exclusivo de características evolutivas para a ingestão de energia e resistência à pressão a fim de sobreviver nos níveis mais profundos do mar.
ANFÍPODES A 11.000 METROS DE PROFUNDIDADE
Além dos microrganismos, a equipe de pesquisa fez descobertas fascinantes sobre uma espécie de anfípode que se desenvolve em profundidades entre 6.800 e 11.000 metros, onde a pressão é equivalente a equilibrar um SUV na ponta de um dedo.
Os pesquisadores também examinaram 11 espécies de peixes de águas profundas e descobriram adaptações genéticas notáveis que lhes permitem sobreviver em profundidades extremas.
Uma das descobertas mais surpreendentes desafia uma suposição científica sobre a adaptação em águas profundas. Pesquisas anteriores sugeriram que o trimetilamina-N-óxido (TMAO), um composto que estabiliza as proteínas sob alta pressão, aumenta nos peixes à medida que a profundidade aumenta. Entretanto, este estudo não encontrou nenhum aumento significativo nos níveis de TMAO em peixes que vivem abaixo de 6.000 metros.
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